O Que mais tem é o preconceito, principalmente da mulher
com outra mulher. Acha que a mulher passou de certa idade não pode mais ser
mãe", contou a Norma Maria de Oliveira, de 64 anos, nesta quinta-feira
(12), dois dias após dar à luz uma menina na
Maternidade Octaviano Neves, no bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de
Belo Horizonte.
Ana Letícia
nasceu prematura de oito meses, com 1,7 quilo e está internada na incubadora.
Mãe e filha passam bem, segundo a maternidade. Norma contou que sofre
preconceito, mas falou que não se importa. “Já aguentei agora recente esse tipo
de preconceito, as mulheres falam assim: nó, tá doida, com essa idade? E eu não
ligo pra esse tipo de preconceito, então fiz assim mesmo”, disse.
Norma passou por uma fertilização in vitro. O óvulo é de
uma doadora. Já o espermatozoide é do companheiro de Norma que tem 45 anos.
"Toda
gravidez de fertilização in vitro já é uma gravidez de alto risco. Na idade da
Norma, mais diferente ainda. A gente que trabalha com gravidez de alto risco já
sabe como manipular, dar mais vitaminas. No caso dela eu usei uma substância
anticoagulante por causa da idade", explicou a a ginecologista e obstetra
Rita de Cássia Amaral.
Norma de
Oliveira tentava engravidar desde os 34 anos e disse que chegou a ir pra Índia.
"Eu conheci um médico de fertilização e já tinha até adiantado um dinheiro
pra fazer a fertilização, mas chegando até a capital da Índia não tinha voo pra
essa cidade, dia nenhum. Voltando pro Brasil foi onde eu fiz essa fertilização
numa clínica super humana", afirmou.
Hoje, Norma de
Oliveira contou que se sente realizada. "É um sonho que é alimentado há
muito tempo, sempre pensei na profissão e até patrimônio pensando num filho,
queria ter um filho e queria que ele não passasse pelas dificuldades que
passei. Eu fiz o curso de direito na época da ditadura ainda, principalmente no
curso de direito que é mais pra homem, não pra mulher", destacou.
A mãe
conseguiu ter a gestação, porque desde o ano passado o Conselho Federal de
Medicina autorizou que mulheres acima de 50 anos de idade passassem por
inseminação artificial desde que assumisse o risco.
Ainda não há
data para que Norma e a filha recebam alta, mas a ginecologista garante que
está tudo bem. "A Ana Letícia chegou ao mundo bem, não foi entubada em
sala, foi pra UTI só porque é prematura e ela está alternando ar ambiente com
pouco oxigênio e está muito bem", relatou Rita de Cássia Amaral.
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