Após inúmeras denúncias envolvendo a falta de alimentos que compõem as merendas em escolas públicas do Distrito Federal, servidores estão recorrendo a trocas de ingredientes entre as unidades de ensino para impedir que alunos fiquem sem as refeições. Segundo os funcionários dessas instituições, quando esses produtos estão indisponíveis também em outros colégios, a saída é tirar do próprio bolso para adquiri-los.
“A corda arrebenta aqui [dentro da escola]. Os pais vêm em cima da gente, pois não estão sabendo o que está acontecendo, e, muitas vezes, somos denunciados. O que a gente pode fazer tem sido feito. A gente quer deixar claro para a população que há coisas que fogem ao nosso controle, infelizmente. E é isso que aconteceu esta semana. Se eu e o diretor não tivéssemos ido a outras escolas pedir uma doação, uma troca, na terça-feira (2/4), os nossos alunos teriam ficado sem o café da manhã”, disse Jane Lima, responsável pela merenda do Centro de Ensino Médio Integral do Gama, o Cemi.
O Cemi é um dos colégios do DF cujas aulas são ministradas em período integral. Os alunos entram às 7h30 e saem às 17h45. “Desde 19 de fevereiro, primeiro dia de aula, estamos passando por sufocos. Na data, não tínhamos arroz. Recebemos alguns itens, mas o arroz não veio. Então, desde esse dia nós frequentemente precisamos recorrer a outras escolas para suprir as necessidades da nossa instituição, que serve almoço. E isso não é legal, pois deixamos o outro colégio desfalcado”, declarou.
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