O jovem Erick
Ribeiro Benedito, de 24 anos, que estava internado após ser infectado pelo novo
coronavírus, morreu depois de 28 dias internado no hospital. Morador de
Peruíbe, no litoral paulista, ele trabalhava como motoboy e teve uma parada
cardíaca após ter complicações causadas pela doença.
"Ele pediu para
não morrer, segurou na mão do pai e disse 'não me deixa morrer', agoniado
porque não conseguia respirar", disse a prima Geizica Cristina Benedito ao G1 nesta sexta-feira (18).
A prima conta que os sintomas do rapaz começaram no início de novembro
e, entre idas e vindas à unidades de saúde, ele não tinha sido diagnosticado. O
rapaz teve dores fortes nas costas, cansaço e falta de ar. Os sintomas não
melhoravam e ele precisou ser internado no Hospital Emílio Ribas, em Guarujá,
no dia 18 de novembro.
Geizica relembra que o pai do rapaz o acompanhou em todo esse processo,
e a família aguardava um diagnóstico. "A gente suspeitava, ele chegou ao
hospital e falaram que ele estava com 90% do pulmão tomado. Ele não conseguia
respirar nem com a máscara de oxigênio, ele se desesperava", desabafa a
prima.
A confirmação da Covid-19 só saiu no dia 23, quando ele já estava
internado. Sem poder receber visitas, os familiares recebiam notícias do rapaz
por telefonemas. A última ligação foi no dia 15 de dezembro. Quando os
familiares chegaram ao local, descobriram que o jovem teve uma parada cardíaca.
A morte do jovem chocou toda a família, conta a prima. Ele tinha
obesidade, que é considerado um fator de risco, mas não tinha nenhuma outra
comorbidade ou doença pré-existente. Geizica conta que o rapaz tinha comprado o
primeiro carro recentemente e que trabalhava muito, mesmo no período de
pandemia, se expondo por ser motoboy.
"Como ele trabalhava entregando pizzas, ele tinha contato com
muitas pessoas, pode ter deixado algum cuidado passar em algum momento, não dá
para saber. Depois, ele passou a ficar mal, ele não tinha mais forças. É
triste, ele estava no começo da vida", relata.
O caso do primo foi uma surpresa para a família e amigos, especialmente
pela idade do rapaz. Ela relembra sobre o primo como um rapaz calado, mas muito
alegre e com muitos amigos. Ele não frequentava festas, conta, mas ficava
exposto diariamente pelo trabalho. O caso de Erick, reitera, serve de exemplo
para outros jovens.
"Você imagina 'sou novinho, não vai acontecer comigo'. Mas não é
assim, casos como do Erick são um exemplo. Vi o pai dele falar que nunca pensou
que passaria por uma dor tão grande de escrever o nome do filho na campa. É
preciso ter cuidado", finaliza Geizica.
0 comentários:
Postar um comentário