Samambaiense avalia mal o transporte público da cidade



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Não é de hoje que os cidadãos do Distrito Federal estão insatisfeitos com o transporte urbano da capital federal. Além de terem um dos maiores gastos de tempo nos trajetos de casa ao trabalho, e vice-versa, do país, seja por trânsito ou grandes distâncias a serem percorridas, 86% da população brasiliense têm de esperar em média de 30 minutos a 1 hora nas paradas de ônibus para embarcarem. Mas este ainda é o início do problema: a superlotação de ônibus é o próximo desafio, sendo esta a reclamação mais frequente feita pelos usuários.
O segundo lugar do indicativo de pior avaliação pelos usuários do transporte público é o preço das passagens. O tempo de espera nos pontos de ônibus está catalogado na terceira posição entre as reclamações. Os números indicam que 47,84% dos insatisfeitos classificam a tarifa estabelecida como “péssima”. Esta é a maior porcentagem registrada, seguida da avaliação “ruim”, com 27,64%, e “regular”, sendo 17,55% das respostas.


“Realmente houve um crescimento de reclamações com relação à tarifa. A gente acredita que devido ao recente aumento em janeiro. Quanto às respostas abertas, as reclamações mais frequentes foram quanto à superlotação, mas em relação à qualidade do transporte público […]. E é aí que as pessoas fazem uma comparação com a tarifa: elas levantam a questão de que se paga uma valor alto, mas não há prestação de serviço adequado, à altura do que é pago”, especificou a coordenadora-executiva do IFC, Rebecca Teixeira.
No ano passado, dando cumprimento ao Orçamento da Política Pública de Transporte Coletivo do DF, foi destinado o total de R$ 621 milhões para investimentos nos coletivos que rodam a cidade. Desse valor, 33 mil reais não foram aplicados, anteriormente especificados para melhorias nas paradas de ônibus.
Da divisão do recurso, o maior investimento foi para o Passe Livre Estudantil, com R$ 418 milhões. Em seguida está o Equilíbrio Financeiro do Sistema de Transporte Coletivo, com R$ 175 milhões, seguido de R$ 18 milhões para o Programa de Manutenção do Sistema de Bilhetagem Automática. Os outros R$ 8 milhões foram destinados para a manutenção da Rodoviária do Plano Piloto.

Segurança e fiscalização


Outro fator de preocupação levantado pela população na pesquisa é a sensação de insegurança. Tendo as respostas mais avantajadas coletadas em toda a pesquisa, neste aspecto, as Regiões Administrativas de Samambaia e Ceilândia, respectivamente, também coincidem com as localidades de maiores índices de violência dentro dos ônibus do DF. As duas RAs juntas somam 58% das incidências de roubo a coletivos do total contabilizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF) em janeiro de 2020.
Lenna Daher, promotora de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, entende que as respostas diagnosticadas são essenciais para que se monitore o que está sendo feito pelas pastas competentes em relação ao que foi pesquisado, principalmente a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade (SEMOB), diretamente ligada ao tema da apuração. De acordo com a magistrada, a necessidade de transparência é uma das pendências a serem resolvidas junto ao órgão.
“Esse é um ponto que temos dificuldade de obter informações em dados abertos, para que possamos colocar em planilhas e analisar”, ressaltou. “Temos sido procurados por instituições e órgãos de controle social que nos mostram que não conseguem nem verificar se estão sendo cumpridas obrigações contratuais pela falta de acesso à informação”, afirmou ainda. Segundo ela, é preciso ter um olhar mais profundo das Políticas Públicas.
“Precisamos debater quais são as necessidades de melhoria na transparência na SEMOB, especificamente a gestão dos contratos de transporte público coletivo”, disse ainda. Para tanto, está marcada para a tarde de hoje, às 14h, uma Audiência Pública na Promotoria de Justiça para debater a problemática. “Todos os distritais foram chamados para participarem, alguns já confirmaram a presença”, complementou a promotora. Qualquer cidadão pode comparecer à solenidade, sem necessidade de inscrição prévia.
Na pesquisa “Como anda meu ônibus”, do Instituto de Fiscalização e Controle (IFC), em parceria com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), os indicativos são o resultado do primeiro semestre de dados recolhidos pelos órgãos, sendo este o segundo trimestre de análise. O material apurado pelo estudo foi divulgado ontem.



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1 comentários:

  1. Serviço péssimo, ônibus super lotado , além de não cumprir com o horário

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