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"Foram conflitos de ideologia de gênero praticado pela mãe e companheira que matou Rhuan" Conclui delegado sobre o crime em Samambaia




Em depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, na manhã de ontem, o delegado Guilherme Sousa, responsável pelo caso Rhuan, atribuiu o assassinato da criança a diversas motivações, que incluem conflito religioso e “ideologia de gênero”. Durante mais de três horas, o agente deu detalhes do crime e da investigação – à qual comandou – e respondeu questionamentos dos 20 parlamentares presentes. A presença foi solicitada pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR).



Na comissão, o delegado refez os passos de Rosana e Kacyla desde a vida em Rio Branco, passando pelos cinco anos de fuga e, finalmente, à chegada das duas ao Distrito Federal – primeiro estabelecidas em Ceilândia, depois em Samambaia. Guilherme também comentou as passagens por diversas unidades federativas, inclusive em Goiás, onde, na cidade de Anápolis, ocorreu a emasculação (corte do pênis) de Rhuan.
O policial relatou o roubo cometido por elas em Aragoiânia, também no estado de Goiás, que “estava fora da minha alçada”. Segundo ele, as informações já foram repassadas à justiça goiana, onde “podem pegar mais quatro anos”, comentou. “E vão pegar, se Deus quiser”, completou o delegado. Sousa minimizou o fanatismo religioso de Rosana Auri da Silva Candido e Kacyla Priscyla Damasceno, mãe e madrasta da criança, respectivamente.


O delegado citou brevemente as passagens bíblicas coladas às paredes da casa onde as duas cometeram o crime – e foram presas em flagrante -, além de atribuir a reviravolta nas personalidades das duas ao início do namoro entre elas.
“Iniciaram relacionamento homossexual entre elas, resolveram que cada uma delas ia trazer os filhos, e nesse momento ocorre a mudança de comportamento”, afirmou.
Fontes próximas às acusadas, em relatos publicados com exclusividade pelo Jornal de Brasília, comentaram que Rosana e Kacyla se conheceram num culto evangélico em Rio Branco. A irmã de Rosana, Samara – em conversa ratificada pelo pai, pelo tio-avô e pelo avô paterno de Rhuan – esclareceu que Rosana era “uma pessoal normal”. Pelo menos “até conhecer aquela outra”.


A história de Rhuan durante a fuga também foi comentada. De acordo com o agente, o menino era forçado a se vestir de menina. Em depoimento ao próprio delegado, Rosana afirmou que a criança “gostava de se vestir assim”, o que mostra, para Guilherme, um comportamento moldado pelo medo e pela rejeição dispensada pelas mulheres ao jovem. Quanto às duas mochilas de cor rosa nas quais foram depositadas partes do corpo de Rhuan: para ele, o fato “deixa claro o desejo de que Rhuan se comportasse como menina”.


Durante a fala, o delegado não mencionou que Rosana, ainda em Rio Branco, chegou a queimar peças de vestuário de Rhuan enfeitadas com desenhos. O ato, segundo relato do pai do menino, Maycon Douglas, deu-se porque a mulher considerou que os personagens estampados nas roupas eram “coisa do demônio”.
Perto do fim da sessão, ao responder questionamentos de parlamentares, o delegado atribuiu o crime a “elementos religiosos, elementos financeiros, elementos de vingança, mas também elementos de ideologia de gênero”. Guilherme, porém, atentou que não pode criminalizar a parte relativa ao último tópico, pois “não há legislação que criminalize isso”. O delegado também alegou que “sofreu pressões de outros setores” para que relacionasse o crime a questões religiosas. Sousa finalizou a resposta relembrando o assassinato de Marielle Franco, vereadora carioca executada em 2018.


“Se Marielle é uma voz, Rhuan também deve ser.”


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