Logo do HTML Dog

Faixas de trânsito exclusivas pouco utilizadas serão extintas em 2019


AUTO ESCOLA

O futuro diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), Fauzi Nacfur Júnior, disse que será feita uma revisão das faixas exclusivas de ônibus, táxi e transporte escolar nos primeiros meses da gestão que se inicia em 1º de janeiro de 2019. A ideia é liberar as vias subutilizadas para todos os veículos.
Nacfur afirma que quase não passam coletivos nos locais reservados a eles na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), por exemplo. “Enquanto não tem ônibus com porta à esquerda para rodar ali, as faixas que estiverem subutilizadas poderão ser liberadas até que se tenha solução”, completou. O próximo gestor do DER-DF acrescenta que as medidas dependerão da anuência do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB).
Os corredores exclusivos do Setor Policial Sul têm grande chance de serem eliminados, segundo Nacfur.
A Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), por outro lado, tem seus perímetros restritivos bem utilizados, segundo Nacfur. “Estudos dizem que 70% das pessoas que passam na EPNB durante horário de pico estão dentro do transporte coletivo”, informou.
O mesmo ocorreria na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA). “Levantamentos comprovam que os moradores de Gama e Santa Maria gastavam uma hora e 40 minutos até a Rodoviária do Plano Piloto e, hoje, demoram 40 minutos pela faixa exclusiva”, completou.
Nacfur ressalta que todas as decisões sobre as faixas serão subsidiadas por estudos técnicos de avaliação do tráfego e deverão ser aprovadas por Ibaneis.
O próximo diretor-geral do DER-DF defende a constante revisão dos corredores exclusivos a fim de verificar a efetividade no dia a dia dos motoristas. “As faixas exclusivas têm importância grande, porque diminuem o tempo de percurso dos ônibus para as pessoas irem e virem”, concluiu.
De um lado acaba, de outro cria
A equipe de Ibaneis também avalia instituir novos corredores exclusivos. Uma das vias consideradas para receber a medida é a Estrutural, que funciona em esquema de reversão de fluxo.
“Como há seis faixas descendo ou subindo, a gente vai estudar colocar uma exclusiva para ônibus, porque o transporte coletivo ganharia mais tempo ainda”, pontuou Nacfur.
Projetos no LegislativoO debate sobre as faixas exclusivas é antigo na Câmara Legislativa. Nesta legislatura, os deputados distritais tentaram liberar as pistas para todos os veículos, mas foram vencidos pela Justiça. Em dezembro de 2016, derrubaram o veto à lei que deixava livre o uso dos corredores fora dos horários de pico.
Em agosto do ano seguinte, contudo, o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) suspendeu a Lei Distrital nº 5.751/2016.
Ineficiência do modelo atual
No DF, cinco localidades contam com faixas exclusivas para ônibus, táxis e escolares: EPNB (20km); EPTG (13km); W3 Sul (7,2km); W3 Norte (7,2km); e Setor Policial (2,6km). À época da criação, a promessa era de que a medida seria suficiente para convencer cidadãos a trocarem o carro, mas a falta de investimento no sistema não proporcionou tal substituição.
Além disso, projetos malfeitos impediram que as faixas de fato melhorassem a mobilidade na cidade. Em 2017, o Metrópoles mostrou um estudo publicado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) sobre a planificação equivocada das faixas exclusivas da W3 Sul. De acordo com a análise, elas seriam mais eficazes se estivessem no lado esquerdo da via.
O caso mais clássico envolvendo desperdício de recursos públicos com a construção de corredores privativos pode ser visto na EPTG. A estrada, que liga o Plano Piloto a Taguatinga, foi ampliada em 2010 ao custo de R$ 244,7 milhões. Os 12,7km de faixas restritivas foram feitos do lado esquerdo da via, impedindo que ônibus convencionais – com portas do lado direito – fizessem paradas nos pontos erguidos.
Em maio, o Governo do Distrito Federal retirou quase 5km de faixas exclusivas da DF-001, no trecho entre o viaduto que dá acesso a Samambaia e próximo do Shopping Riacho Mall, no Riacho Fundo. A alegação: “Dar mais fluidez ao trânsito”.
A via é uma extensão da EPNB. Quem não gostou nada da mudança foram os cerca de 47 mil passageiros que passam diariamente por ali, conforme noticiou o Metrópoles em 17 de novembro.
“Parece pouco, mas para quem trabalhou o dia todo faz uma diferença enorme chegar meia hora mais cedo. Quem toma uma atitude dessas [retirar as faixas exclusivas] nunca precisou de ônibus na vida. É uma covardia”, reclama o aeroviário Alexandre Ribeiro, 45 anos. Todos os dias ele pega a mesma linha para seguir de casa (no Recanto das Emas) para o trabalho (no Aeroporto Internacional de Brasília).
Share on Google Plus

About CRIATIVO PUBLICIDADE

0 comentários:

Postar um comentário