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Para resgatar a autoestima, grupo reúne mulheres plus size


O padrão de beleza que domina as passarelas é desafiado por um grupo de mulheres que aprendem a ter orgulho dos próprios tipos físicos. Criado há mais de quatro anos, o BSB Plus Size evidencia e traz à tona debates e reflexões sobre a representação do corpo feminino. São mais de duas mil mulheres que, reunidas,  participam de eventos como reuniões, palestras, exposições e concursos. Sem patrocínio e com a ajuda de parceiros, o grupo já promoveu até desfiles e, desde 2013, lança um calendário plus size.

Segundo Janaína Gracielle, 40 anos, Miss Plus Size, empresária e idealizadora do projeto, o intuito é juntar mulheres fora do padrão e mostrar a elas o quanto são lindas da forma que são. “O BSB Plus Size é destinado a mulheres acima do peso que não se amam e não se aceitam, aquelas que ainda têm que fazer aquele trabalho de formiguinha para se aceitar fisicamente, porque a sociedade impôs que nós, mulheres gordinhas, não podemos fazer muitas das coisas que as magras fazem”, comenta.

Ela conta que já foi vítima do próprio medo de se aceitar. Passou por um divórcio, ficou doente, teve depressão e engordou 30kg. Foi então que resolveu dar a volta por cima e participar de um concurso de beleza. Concorreu com 30 candidatas e ficou em terceiro lugar. Foi o estalo de que precisava para voltar a ser feliz.

Hoje, Janaína é Miss Brasília Plus Size, Miss das Américas e soma 16 títulos, nacionais e internacionais, relacionados à beleza. Dentro do grupo, criou o projeto Dia de Modelo: com o apoio de parceiros, fotógrafos e maquiadores, oferece um dia de beleza e de fotos para mulheres que nunca pensaram em modelar. “É um dia dedicado a nós, mulheres. Tiramos fotos, fazemos cabelo, maquiagem, tem coffee break e realizamos desfiles”, conta. O primeiro evento do projeto ocorreu em julho e contou com a participação de 100 mulheres e 50 parceiros. “Elas não acreditavam que estavam sendo fotografadas, que poderiam vestir uma roupa bacana e estar bem maquiadas. Muitas não se reconheceram. Quando viram as fotos, eram lágrimas em cima de lágrimas”, lembra.

Lisiane Shinzato, 37, é turismóloga e nunca havia feito fotos tão produzidas. Ela participou do primeiro evento do Dia de Modelo e comenta que posar para as lentes de um fotógrafo e se ver tão bonita representou o resgate daquilo que ela não via com os próprios olhos. “(Resgatei) aquela pessoa que eu nunca fui. Eu me via com outros olhos e, depois do evento, eu me permiti, me joguei e estou feliz.”


Desafio diário

Ser gorda numa sociedade que padroniza os corpos constitui um dos principais desafios dessas mulheres. Ser abraçada e ouvida sem julgamentos é essencial para o bem-estar mental e físico de todas. A gordofobia afeta milhares de pessoas, que enfrentam uma luta diária apenas para viverem livres em seus próprios corpos.

Sentimentos como a discriminação e a rejeição, podem levar a quadros depressivos e demandam uma rede de apoio. “Fiquei de cama, perdi o ânimo de trabalhar, porque engordei muito. Depois que entrei na BSB, eu me senti melhor comigo mesma, me valorizei muito mais”, relata  Ãngela Maria Correa, 49. “Eu aconselho a participar do grupo e do evento qualquer mulher que esteja passando por um pedacinho do que eu passei”, completa. 

Como recomendação a todas as mulheres, Janaína Gracielle sugere: busquem ter mais carinho com o próprio corpo. “A mulher tem que começar a se amar, sendo magra, gorda, baixinha, negra, casada ou separada. Começando a se amar, passarrão a ver que o que as outras pessoas pensam se torna pequeno, vira detalhe.”
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