Segurança estimula atendimento humanizado ao público LGBT


Com o objetivo de proporcionar atendimento mais humanizado e qualificado às pessoas LGBT — Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais —, a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social promove um curso voltado para as formas de tratamento relacionadas a esse público.

Representantes do Corpo de Bombeiros Militar, do Departamento de Trânsito (Detran) e das Polícias Militar e Civil participam das aulas, que iniciaram em 11 de junho. Os encontros seguem até 2 de julho, sempre nas segundas-feiras, na Escola de Governo.
O curso aborda as políticas de prevenção à criminalidade, o atendimento especializado ao público vulnerável e a atuação das Polícias Civil e Militar, além das pautas do movimento LGBT.
Para Gláucia Cristina da Silva, delegada-chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), o conhecimento sobre os conceitos da comunidade LGBT dentro dos órgãos de segurança é um grande aliado para uma melhor prestação de serviço.
Gláucia, que também está entre as convidadas para ministrar as aulas no curso da secretaria, acredita que, independentemente de qualquer definição de gênero, o respeito é a peça-chave para tudo. “Sensibilizar os profissionais para o atendimento humanizado é muito importante.”
Ludymilla Santiago, militante e representante da Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Distrito Federal e Entorno (Anav-Trans), ressalta que a compreensão, o respeito e a inclusão fazem toda a diferença.
“Ter esse curso é um ponto inicial para uma mudança de paradigmas. Não vai mudar da noite para o dia, mas precisa começar de algum lugar”, ressalta Ludymilla. Mulher trans, ela acredita que desmitificar muitos conceitos acerca do público LGBT já é um ganho significativo.
De acordo com o coordenador do curso, Daniel Costa, o trabalho seguirá além das aulas na Escola de Governo. “Estamos criando uma cartilha de orientação para as formas corretas de tratamento e abordagem dos profissionais da segurança ao público LGBT. O documento ficará disponível nas delegacias, nos batalhões e nos demais órgãos”, explica Costa.
A previsão é que a cartilha seja lançada em 2 de julho, com o encerramento do curso.
Dentro das representatividades que englobam a comunidade LGBT estão vários termos que identificam a identidade de cada pessoa e como ela enxerga si mesma e o outro.
Ludymilla explica que as pessoas não precisam entender todas as definições, mas compreender que existe o diferente. “Na dúvida, pergunte como essa pessoa quer ser tratada. Sempre de uma maneira neutra. Isso já representa um ato de respeito”, pontua.
A cartilha da Segurança Pública também será disponibilizada no site da pasta para a população em geral.
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