Polícia Civil prende suspeita de assassinar a travesti em Taguatinga


A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu uma travesti suspeita de assassinar a também travesti Ágatha Lios, de 23 anos, dentro do centro de distribuição dos Correios, em Taguatinga Sul, em janeiro do ano passado. Segundo a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), responsável pelas investigações, uma outra envolvida encontra-se foragida.
A PCDF diz que Ágatha foi morta em razão de disputa por ponto entre as travestis. Uma câmera de segurança flagrou o momento em que a vítima foi perseguida por quatro suspeitas até ser alcançada. Uma delas puxou Agatha pelos cabelos e iniciou o esfaqueamento com um facão. O crime ocorreu à luz do dia, em 26 de janeiro de 2017.
Natural de Porto Velho (RO), Ágatha teria procurado na prostituição uma vida que a família não conseguiria bancar. À época do crime, a Decrin informou que além da disputa por clientes, um dos motivos para o assassinato foi a inveja, uma vez que Ágatha era considerada muito bonita.
A delegada Érica Macêdo, que conduz as investigações, vai passar detalhes sobre a prisão da travesti ainda nesta manhã, durante coletiva de imprensa.
Regras entre prostitutas e cobranças
O assassinato de Ágatha Lios aponta para uma realidade que, muitas vezes, passa despercebida. Garotas e garotos de programa precisam seguir regras para serem aceitos em determinados locais.
Ágatha trabalhava na região de Taguatinga Sul, próximo ao Setor de Indústrias, e precisava pagar, por dia, em torno de R$ 50 a R$ 100 para ter o direito de se prostituir em um ponto. Caso não pagasse, podia sofrer represálias dos cafetões, seja em forma de assaltos, agressões físicas e verbais, e até mesmo assassinatos, segundo investigações da Polícia Civil.
Além do “pedágio” que as travestis precisam pagar, elas ainda tem que brigar entre si para conseguirem respeito, a partir de um “código de conduta”. “No meio delas, usam a faca para se resguardar. Elas obrigam as outras a cometerem assaltos, a ter que ‘furar’ alguém. Aí se uma não comete crime, sofre” apontou a delegada Gláucia Cristina da Silva.
No entanto, algumas travestis não concordam com esse código e se opõem ao que é obrigado. E foi o que aconteceu com Ágatha, que brigou com uma das autoras do crime por ter furtado um motorista do Uber.
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