Com acúmulo de 0,46% na inflação do ano, até abril, no Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), Brasília se aproxima da média nacional (0,92%). Até o mês anterior, a diferença era de 0,06% para 0,7%, o que demonstrava um descolamento da economia local em relação ao País.
Os dados foram divulgados pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), nesta quinta-feira (10), com base em levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o economista da Codeplan João Renato Lerípio, essa aproximação demonstra estabilidade da economia brasiliense, apesar do aumento da inflação de 0,4% em relação a março.
Lerípio destacou que a elevação dos preços pesou fortemente no bolso dos brasilienses. “O grupo de transporte aumentou 0,65%, enquanto não houve variação no resto do País.” Para o economista, isso ocorreu porque o valor da gasolina subiu.
Ele explica que o peso do combustível em Brasília é 30% maior do que em todo o Brasil, porque as distâncias percorridas aqui são maiores do que nas outras 12 capitais analisadas. Como o preço se elevou apenas no DF de março a abril, a diferença foi ainda maior.
Além disso, a energia elétrica teve influência de 0,022 pontos percentuais no IPCA. A gerente de Contas e Estudos Setoriais da Codeplan, Clarissa Jahns Schlabitz, justificou: “O aluguel tem peso muito maior, mas se manteve estável em abril, o que fez com que o aumento da conta de luz fosse sentido com mais força”.
Transporte e habitação foram os grupos que mantiveram as variações semelhantes no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado de 2018. Os valores são de 0,43% em Brasília e de 0,69% no Brasil.
Segundo os economistas, os grupos de transporte e de habitação têm peso ainda maior para os consumidores contemplados pelo INPC, de famílias com rendimento mensal de 1 a 5 salários mínimos. O IPCA mede famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos.
Índice Ceasa acompanha preços de 66 itens de hortifrutigranjeiros
O Índice da Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) de abril também foi apresentado na Codeplan, com variação de 5,55% em relação a março. Ele acompanha os valores de 66 itens de hortifrutigranjeiros de Brasília.
Houve inflação devido principalmente aos legumes, que apresentaram majoração de 14,23%. Segundo o economista da Diretoria Técnico-Operacional da Ceasa João Bosco Soares Filho, a cebola, a abobrinha-italiana e a beterraba tiveram produção reduzida devido ao racionamento de água no Distrito Federal.
O grupo de frutas aumentou 2,09% por conta de uma entressafra. Isso fez os produtores elevarem os preços da goiaba e do morango.
Apesar do crescimento de 28,15% registrado para verduras, o setor não tem muito peso para o índice calculado. Já o grupo de ovos e grãos se manteve estável com variação de 0,06%, que não influencia o índice da Ceasa.
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