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Brasiliense sem gás: revendedoras amargam estoques vazios

Pelo menos dois caminhões carregados do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) foram escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal nesta terça-feira (29). Nas revendedoras o cenário é parecido: os botijões de gás de cozinha vazios lotam os galpões, e os vendedores reclamam das vendas cada vez mais baixas. A falta é sentida, principalmente, nas residências.
Os caminhões seguiram rumo a São Sebastião e Vicente Pires. Os dados são da Polícia Militar, em sua última atualização às 16h.
Fernando de Sousa Costa, 35, trabalha em uma revendedora no Cruzeiro. Ele conta que desde a quinta-feira passada o estoque ficou zerado. “Acabou no início da tarde. São cinco dias com a venda afetada. No sábado até que recebemos um reforço, mas não deu para quem quis. Vieram 420 botijões, mas vendemos bem rápido”, afirma.
No sábado (26), eles não limitaram a compra. Assim, teve cliente que comprou oito botijões. “Sabemos que foi um erro. A gente não tinha noção de que ficaria tanto tempo sem o gás”, pondera.
Na revendedora, a média era de 300 botijões vendidos por dia. O prejuízo ainda não foi calculado. “Vinha muita gente, porque atendemos casas e restaurantes no Sudoeste, Octogonal, Cruzeiro, Asa Sul. Agora, a gente vem trabalhar só para cumprir horário e avisar que não tem botijão”, lamenta o vendedor. Para tentar reparar os prejuízos, os 420 botijões que chegaram até o local foram revendidos por R$ 95 – R$ 15 a mais do que antes.
Na loja, as motos e os caminhões para entrega estão encostados. No momento que a reportagem esteve na revendedora do Cruzeiro, dois clientes apareceram em busca do gás. Um senhor de 60 anos, que não quis se identificar, está desde domingo (27) sem um botijão em casa. “Venho todos os dias perguntar se tem. já procurei na Asa Sul e não encontro. Enquanto isso, a gente está comendo fora: café da manhã, almoço e janta”, resume.
Reserva acabando
O aposentado Gervásio Pereira Matos, 68 anos, está com dois botijões em casa: um deles como reserva. Mas ambos já estão acabando. “Peguei para sentir o peso e não tem quase nada. Está no fim mesmo”, lamenta. “Hoje é o primeiro dia que estou procurando. Como ainda tenho um restinho, dá para usar. Só não dá para ficar andando muito, porque vou ficar sem gasolina e sem gás”, brinca.
A preocupação de Gervásio é com o neto, que mora na mesma casa. “Adulto dá um jeito para as coisas, vai levando, mas com criança fica complicado”, aponta. Apesar da situação crítica, ele diz estar confiante de que vai normalizar a distribuição. “Acredito que nos próximos dias tudo vai voltar ao normal. É só questão de tempo”, completa.
Reforço na distribuição é insuficiente
Em um posto na Asa Norte, um gerente, que pediu que não fosse identificado, disse que os botijões que chegam não conseguem atender toda a demanda. Nesta terça-feira, o posto recebeu 40 recipientes com o gás, mas acabou ainda pela manhã. “Estamos aguardando algum posicionamento para saber quando vai chegar novamente. Mas não sei informar se vai ser ainda hoje (29) ou amanhã (30)”, aponta.
O valor no estabelecimento continua o mesmo antes e depois da greve dos caminhoneiros: R$ 69. “Mesmo com todos os problemas, optamos por manter o preço”, indica.
Saiba mais
O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) fez 41 fiscalizações em postos de distribuição de gás de cozinha. Quatro foram autuados  pela prática de preços abusivos.
A falta do GLP nas revendedoras foi prevista pelo Sindvargas na quarta-feira passada (23). No domingo (27), o presidente da categoria, Sérgio Costa, informou que o abastecimento que estava chegando ao DF seria destinado aos serviços públicos, como hospitais, presídios e centros comerciais.
FONTE: JORNAL DE BRASILIA
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