Organizadores de movimentos sociais esperam reunir 20 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios hoje, durante o julgamento do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal (STF). Devido à potencial tensão, representantes dos grupos rivais, contra e favor do réu, se reuniram com as forças de segurança na tarde de ontem para acertar detalhes de logística. Ficou acordado que será seguido o protocolo para manifestações – a exemplo de ações passadas –, que inclui a realização de revistas, entre outros procedimentos e proibições. As vias S1 e N1 permanecerão fechadas desde a 0h de hoje.
Segundo a Secretaria de Segurança, pelo fato de serem esperadas no evento pessoas com opiniões contrárias, os agentes farão a divisão do público no canteiro central da Esplanada, a partir da Catedral até a Alameda dos Estados, como forma de prevenção. Além disso, serão colocadas duas fileiras de grades vazadas da Polícia Militar, onde parte do efetivo estará posicionada.
Seguindo o protocolo tático, policiais militares farão a revista dos manifestantes em pontos estratégicos. Para garantir a segurança de todos, itens como bonecos infláveis grandes e produtos inflamáveis, sprays e fogos de artifício serão proibidos.
Tráfego
O Batalhão de Policiamento de Trânsito da PM interditará o fluxo de veículos. As alterações ocorrerão no Buraco do Tatu. Quem seguir no sentido Eixo Monumental para o Museu Nacional (via S1) terá o acesso bloqueado antes da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. Nesse caso, o motorista poderá acessar a L2 Sul.
Já no sentido oposto, quem vier da L2 Norte poderá acessar a N1, sentido do Teatro Nacional. A via L4 Norte, que dá acesso ao Eixo Monumental, estará interditada.
Antes mesmo de qualquer interdição ou forte atuação da Segurança, manifestantes já ocupavam a Esplanada ontem. À tarde, a equipe do Jornal de Brasília encontrou um grupo de manifestantes a favor da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles iniciariam um evento às 18h de ontem, mas a organização se encontrava na Biblioteca Nacional de Brasília desde as 9h. A chuva atrapalhou o ato.
Dias de mobilização
Uma das organizadoras da manifestação contrária a Lula, a empresária brasiliense Francisca Ramalho, 57 anos, se diz a favor do Brasil. “Sou contra a bandalheira que acontece no País. Estamos aqui para defender o Brasil”, justifica.
Ela conta que chegou ao ponto de encontro dos manifestantes às 9h de ontem: “Estamos aqui desde cedo porque não dormimos. Estamos muito ansiosos, trabalhando há uma semana, convocando o pessoal para vir para a rua. Estamos aqui na Esplanada esperando pessoas de vários estados chegarem. Estamos nas ruas desde o impeachment, organizando manifestações”, relata.
Para Francisca, o julgamento de hoje representa justiça: “Significa que nossa Constituição está sendo direita com a nação e precisamos que ela seja cumprida, por isso estamos na rua. Independentemente do político que seja, a Constituição deve ser seguida”, argumenta.
Outro organizador do movimento é André Lui, 41, comerciário. Ele relata que a temática do protesto é o fim da impunidade. Para André, “esse é um momento muito importante no País dado a toda a conjuntura política que vem ocorrendo desde 2013”.
Ele relata que já foi ativista político da esquerda durante muitos anos, mas que o ex-presidente Lula foi responsável por ele ter começado a militar na direita. Ele completa avaliando que, para a vida política do País, o julgamento é importante porque trará estabilidade: “Para que o povo entenda que existe a justiça e que ela é cumprida”, conclui. A reportagem não encontrou manifestantes a favor do ex- presidente no local ontem à tarde.
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