"Estou arrependida. Prometi para minha mãe que nunca mais vou fazer isso de novo", afirmou Bruna Luiza Silva Ferreira, de 13 anos, em entrevista ao R7 nesta quinta-feira (5)
Ela havia desaparecido na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, e foi encontrada junto com o namorado Bryan Felipe, de 14 anos, em um ônibus indo para Bertioga, no litoral paulista, na quarta-feira (4).
Bruna e o namorado planejaram a fuga porque ela estaria grávida de Bryan e, com isso, com medo das reações — principalmente dos pais.
"Eu não sei se estou grávida, mas disse para um amiga que estava, sim, para eles acharem que era verdade", contou.
A mãe da adolescente, a advogada Mônica da Silva Ferreira, de 32 anos, disse que irá levar a filha em um hospital ainda hoje para a realização de exames.
Após o susto, Bruna diz que está bem e que está feliz. "Não foi tão ruim [o desaparecimento], mas é bem melhor estar em casa". A tranquilidade também é sentida pela mãe da adolescente. "Seja o que for [se ela está grávida ou não], estou aliviada. Nada pior do que um filho desaparecido", disse a advogada.
A adolescente comentou que quer passar um tempo com os pais e, somente na próxima semana, voltar à escola — Bruna frequenta o 9°ano de um colégio em Suzano. Ela contou que desde a noite de quarta-feira (4), quando foi encontrada pelos pais, não viu o namorado: "Estou com saudade dele".
Em entrevista ao R7, Mônica contou que encontrou a filha dentro do ônibus dormindo durante a noite. "Eu perguntei pra ela porque ela fez isso comigo, mas ela tinha acabado de acordar, então não estava entendendo muito". Disse também que a adolescente pediu desculpas e que não para de chorar. "Ela está com medo com o que pode acontecer com o namorado, o Bryan. Ele disse que o pai é muito bravo, e que o colocaria na "rédea curta", diz.
*A entrevista com Bruna realizada no início da tarde desta quinta-feira (5) foi autorizada e acompanhada por sua mãe.
Relembre o caso
Bruna e Felipe estiveram desaparecidos desde às 21h da última segunda-feira (2). Os adolescentes foram vistos pela última vez em direção a estação de metrô da Luz, no centro de São Paulo — a região é conhecida como Cracolândia.
Bruna estava em casa, em Suzano, município da região metropolitana paulista, com uma amiga do colégio. A jovem mora com a mãe e os avós maternos em um apartamento no condomínio Estrada Santa Mônica. Por volta de 17h, a mãe de Bruna ligou para checar se estava tudo bem com a filha. “Ela me disse que sim. Falou que estava arrumando a casa.”
Passados alguns minutos, a avó de Bruna ligou para Mônica, questionando se ela havia entrado em contato com a adolescente, porque ela não tinha visto a menina no apartamento. “Disse que tinha falado com ela, mas não dei atenção porque talvez ela estivesse na área de convivência do prédio”.
Quando a advogada chegou no condomínio, por volta de 21h30, começou a procurar pela filha e não a encontrou. Começou, segundo ela, um sentimento estranho. “Eu vi pelas imagens de câmeras de segurança do condomínio que o namorado da Bruna estava com ela e a amiga aqui no prédio”, informou Mônica.
O namorado é Bryan, de 14 anos. Ele mora no condomínio ao lado de Bruna e, por ter amigos no prédio da namorada, sempre estava por lá. Sendo assim, o acesso do jovem era liberado pelos porteiros.
Segundo a advogada, os dois estão juntos há pelo menos quatro meses. “O porteiro disse que a amiga da Bruna ficou no portão do prédio esperando um familiar, enquanto os dois entraram em um carro”, relatou.
Em seguida, Mônica foi a casa da amiga de Bruna e a questionou sobre onde a filha poderia ter ido. “Depois de muita pressão, ela comentou que ambos iam na casa do tio-avô do Bryan”. A família acionou o parente do adolescente, um policial militar aposentado que vive na Luz. “Ele confirmou que ambos foram até a casa dele, mas que por volta de 21h voltaram para o metrô”, conta. Desde então, não há paradeiro dos dois adolescentes.
A mãe de Bruna informa que a filha levou o celular, mas deixou o chip. A advogada entrou em uma rede social da filha e conseguiu ter acesso a última entrada do dispositivo móvel naquela conta. “É um celular que foi localizado no bairro do Paraíso”, conta.
Durante a procura pela filha, uma das amigas de Bruna contou para a advogada que a adolescente estava grávida. “Eu não sei em quem acreditar”, diz. Mônica apenas tem um desejo: “quero encontrar a minha filha. Ela é uma boa menina”.
FONTE R7
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