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Medo de assalto está virando doença em Samambaia


Todos nós sabemos que o medo é uma reação protetora e saudável do ser humano. Este sentimento vem de estímulos reais de ameaça à vida. A cada situação nova, inesperada, que representa um perigo, surge este sentimento. Mas a dura realidade do dia a dia está transformando algo que é fundamental para nossa sobrevivência em uma doença.
Isso acontece na vida da jornalista Raquel Ferreira, que foi assaltada este ano três vezes. Ela ressalta que depois que foi vítima de um sequestro relâmpago em que foi mantida em um lugar escuro, começou a ter fobia de lugares que não tinha luz, mas conseguiu superar este trauma. Mas isso não aconteceu quando a sua casa foi furtada. "Quando penso em chegar em casa e sei que vou ficar sozinha, começo a passar mau me da até falta ar, com medo de ser assaltada ou de abrir a porta e ver que a minha casa, foi novamente arrombada", afirma.
Segundo o psiquiatra Alaor Santos Filho, além dos perigos iminentes e reais, nossos temores podem aparecer por causa das associações que fazemos ao longo da vida ou por alguma situação vivida. Ele explica que uma pessoa depois de ter passado por um assalto, sequestro, por uma perda grande, começa a ter um transtorno de estresse pós traumático, que significa que todas as vezes que passar por uma situação que faz com que a pessoa reviva o trauma ela começa a entrar em pânico. Com sintomas de taquicardia, sensação de desmaios, falta de ar, entre outras. "Nossa mente inconsciente é atemporal não tem passado nem futuro. É como se tudo estivesse sendo vivenciado no momento presente. Não há discernimento do que aconteceu, o passado e o presente se misturam" afirma.
Se a pessoa começa a se isolar em casa porque tem medo de ser assaltada ou fica apreensiva quando alguém chega perto dela, isto se torna perigoso. O medo não pode comandar a vida de ninguém.
E quando é hora de procurar ajuda? O psiquiatra lembra que o corpo sinaliza. "A pessoa começa a sentir úlcera, não dorme bem, tem ansiedade, tristezas, pânicos. O coração dispara. A sensação é de que vai morrer. É o medo que já está trazendo conseqüências para a mente ou para o físico. É hora de procurar um profissional para tratar a consequência do medo", orienta.
Uma pesquisa norte-americana estima que uma em quatro pessoas sofre efeitos físicos e emocionais da ansiedade, desse medo permanente. E mostrou que as pessoas ansiosas vão cinco vezes mais a médicos. Muitos especialistas acreditam que essa tensão constante pode se tornar um problema de saúde pública.
De acordo com a psicóloga Jandira Andrade, existem pessoas cujo medo pós-assalto é tão intenso que as incapacita para as atividades do dia-a-dia. Elas têm pesadelos freqüentes, lembranças recorrentes do pânico e alterações de humor. "Essas pessoas começam a limitar a vida, prejudicando o lado social e profissional, não sai mais de casa e ficam o tempo todo achando que podem ser abordada", explica.
ENFOQUE
Além do aspecto emocional, onde as pessoas sentem medo até de sair na rua ou se relacionar com outras pessoas, já que acha que todo mundo fará alguma coisa, também existem os aspectos físicos; com a aflição algumas dores começam a aparecer. "A pessoa quando está com medo ou se sentindo ameaçada, começa a ter temores, suores e até taquicardia; ela fica com um nível muito alto de adrenalina. Neste caso, quando o medo domina, é necessário a procura de um profissional que ajudará a superar o problema. Os familiares devem compreender que isto é normal e a paciência deve prevalecer", afirma o psiquiatra.
O transtorno do estresse pós-traumático é acompanhado ainda por sensação de estranheza, tendência ao isolamento, falta de prazer e o paciente começa a evitar algumas circunstâncias. A psicóloga ressalta sobre pessoas que passaram por um situação de medo e não conseguem se libertar, devem procurar imediatamente um profissional, para que possa fazer um acompanhamento com remédios e terapias. "A demora para procurar um médico pode fazer com que o estado do paciente piore, vindo a causar depressão, fobias mais específicas, transtornos de ansiedade, transtorno de pânico e outros", conclui.
A pessoa não deve ficar envergonhada do problema ou achar que isto não é normal. Ter medo de alguma coisa é mais normal do que se pensa, desde que não altere sua rotina
Outra dica é que as pessoas que convivem com alguém que tem medo tenham paciência. "Os familiares devem entender o medo que uma pessoa tem; seja de sair de casa, de ser assaltada o mesmo de dirigir e ajudá-la a superar esta situação.
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