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GDF atrasa repasse a instituições que atendem pessoas de baixa renda


Os repasses mensais de auxílios financeiros às 45 instituições sociais conveniadas do Distrito Federal estão atrasados desde o último dia 20. Segundo gestores dessas entidades, demoras nas transferências de recursos são frequentes e atrapalham rotinas administrativas, como pagamentos de salários de funcionários e de contas de água, luz e telefone. A situação impacta o atendimento aos assistidos e preocupa seus familiares.


O Abrigo Esperança, que atende 50 adultos deficientes físicos e mentais em Ceilândia, tem R$ 115 mil a receber da Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh) — R$ 2,3 mil por pessoa. “O pagamento só chega depois que os boletos já venceram. Sobrevivemos de doações. Estamos com contas de água, luz, telefone e farmácia atrasadas, além dos vales-transportes dos funcionários”, conta Daniel de Souza, presidente do abrigo.

Enfermeiro do Abrigo Esperança, Geovani Comochena diz que ele e todos os funcionários ficam preocupados com o pagamento dos salários. “Dependo do auxílio-transporte. Estou pagando do meu  bolso para vir trabalhar. Não sei até quando conseguirei sustentar isso.”

Irmã de um  paciente do abrigo, a vendedora Márcia Brito, 40 anos, teme uma possível interrupção no atendimento. “O meu irmão precisa de cuidados especiais, é acamado, respira com a ajuda de aparelhos, não temos condições de possibilitar o tratamento necessário”, lamenta.

Rotina

O Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho I, vive situação similar. A entidade tem R$ 160 mil a receber pelos 70 idosos que acompanha (R$ 2,2 mil para cada). Segundo o responsável pelo setor financeiro da casa, Marcelo Souza, atrasos nos repasses de verba são comuns. “O valor referente a dezembro só foi depositado no último dia 12. Início de ano é certo demorar. Já passamos quase três meses seguidos sem receber”, lembra.

De acordo com o tesoureiro, essa situação coloca o atendimento aos idosos em risco. “O dinheiro do GDF é usado quase integralmente na folha de pagamento dos funcionários. E, se começarmos a atrasar os acertos e os colaboradores não tiverem como vir trabalhar, como faremos?”, questiona Marcelo. “Ainda temos que arcar com alimentação, fraldas, medicamentos e materiais de limpeza para atender aos assistidos. A entidade só não está pior porque temos outras fontes de renda como doações e dinheiro de bazares e de oficinas”, completa.

Vaquinha

Também passam por dificuldades a Casa de Ismael, que atende mais de 600 pessoas em situação de vulnerabilidade na Asa Sul, e o Lar dos Velhinhos Maria Madalena, responsável por 100 idosos no Núcleo Bandeirante. “Fizemos campanha nas redes sociais e conseguimos mantimentos, mas contas e pagamento de pessoal estão atrasados”, conta Thiago Menezes, chefe da Assistência Social do Lar dos Velhinhos.

Responsáveis pelo Maria Madalena enviaram um e-mail a outras entidades, no fim de dezembro, conclamando-as a cobrarem soluções ao Ministério Público (MPDFT). “Decidimos aguardar o prazo solicitado pela Sedestmidh — até semana que vem, para receber o valor de janeiro, e antes do carnaval, para o de fevereiro —, pois quem assumiu a pasta foi a dona Ilda Peliz ”, diz Thiago.

Por meio de nota oficial, o MPDFT informou saber do atraso nos repasses e estar em contato com a Defensoria Pública. Sobre as penalidades em função da demora, explicou que é assinado um convênio para o repasse dos valores às instituições. “Além das cláusulas previstas nesse convênio, o que também pode acontecer, caso os valores previstos não sejam repassados, é a responsabilização dos gestores do GDF por Improbidade Administrativa.”

Também por meio de nota, a Sedestmidh informou que o pagamento do Lar dos Velhinhos Maria Madalena é feito antes da execução do serviço. “O pagamento referente a janeiro foi lançado em folha e será realizado em breve, assim que houver disponibilidade financeira”. As outras entidades recebem o pagamento após o serviço ser executado, informa a nota. Há 42 instituições conveniadas. Não há previsão de reajuste este ano.

Fundadora da Abrace

Ilda Peliz assumiu a Sedestmidh no dia 10. Ela foi uma das fundadoras da Abrace, que atende pessoas com câncer. Esteve à frente da entidade por 22 anos e foi uma das criadoras do Hospital da Criança, referência no tratamento de câncer no Brasil.

FONTE CORREIO BRAZILIENSE
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