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Família de menina com câncer raro faz bazar para custear tratamento


Júlia Souto, 11 anos, sempre foi uma menina simpática, estudiosa e cheia de saúde, mas em dezembro de 2016, por causa de um pequeno incidente num passeio escolar, a vida dela mudou completamente. “Eu estava brincando na piscina e um colega chutou a minha barriga sem querer. Senti muita dor e minha mãe me deu remédios. Como não passou, fomos para o hospital e os médicos disseram que eu estava com uma apendicite”, lembra. Já no centro cirúrgico, os médicos decidiram fazer uma ecografia e descobriram no ovário esquerdo de Júlia um tumor que cabia em duas mãos.

Ao fazer a biópsia, constataram que era maligno e não teve outra saída: a menina começou a fazer quimioterapia em janeiro do ano passado. “Foi muito difícil, pois é um procedimento forte e eu e minha família não estávamos acostumados. Hoje em dia, se eu digo que estou com enjoo, minha mãe já sabe qual remédio me dar, como aplicar e eu não vomito muito”, conta. 

Cerca de nove meses depois do tratamento, Júlia voltou a sentir dores e teve de fazer outra cirurgia em setembro do mesmo ano para retirar 11 tumores na área abdominal. Porém, não foi possível remover todos. Ela voltou a fazer quimioterapia em outubro de 2017 e vai retomar o tratamento neste mês; depois dará início à radioterapia para que o tumor não se desenvolva. Júlia está confiante, não esmorece.  

“Eu sei que sou só mais uma criança entre muitas que estão passando por essa situação. Quando fiz a primeira cirurgia, achei que ia ficar curada. Na segunda, perguntei para minha mãe o que ia acontecer se não desse certo. Ela disse que a gente ia dar um jeito”, afirma Júlia, que se diz uma pessoa mais madura apesar da pouca idade, pois, com a doença, aprendeu a não reclamar tanto e dar valor nas coisas simples da vida. 

O bazar


Em casa, a mãe de Júlia, Patrícia Souto, 41 anos, teve que parar de trabalhar como cabeleireira e maquiadora para se dedicar a cuidar da filha. “Ela precisa de muita atenção. Quando eu ia trabalhar, deixava meu coração com ela, então, decidi que seria melhor me dedicar a cuidar da Júlia”, conta. 

Para aumentar a renda da família, Patrícia decidiu fazer um bazar na garagem de casa e pediu doações em sua página pessoal nas redes sociais, porém não imaginava a proporção dessa simples atitude.

“Muitas pessoas me deram desde roupas, sapatos, bijouterias a móveis e eletrodomésticos. Decidi pedir o espaço de uma loja para um conhecido com o objetivo de fazer o bazar. Na primeira edição havia tantas doações que conseguimos encher um pequeno caminhão”, lembra a mãe de Júlia, que logo em seguida criou uma página no Facebook e uma conta bancária para a menina. 

Em sua quinta edição, o Bazar da Júlia vai acontecer neste fim de semana, em Taguatinga Norte. “O primeiro foi o que mais conseguimos arrecadar doações e dinheiro com a venda, mas continuamos fazendo, porque, além de nos ajudar financeiramente, é uma forma de as pessoas conhecerem a história da Júlia e darem apoio a ela”, afirma. Hoje, a família conta com ajuda de uma equipe de cerca de 20 voluntários, entre parentes, amigos e colegas, na organização do evento. 

Júlia apoia a iniciativa da mãe e diz receber o apoio e o carinho de pessoas que ela nem conhece. “Minha mãe sempre me mostra as mensagens que mandam para mim e me sinto muito amada”, diz. Com toda essa situação. Patrícia garante que a família aprendeu boas lições. Para as famílias que estão passando pela mesma situação de Júlia, Patrícia dá seu recado: “É preciso ter muita fé em Deus e força. Também é necessário se colocar no lugar do seu filho e sentir sua dor. No hospital, ainda vejo muitas mães que pensam primeiro em si e não veem o sofrimento físico e emocional da criança”, observa.

Bazar da Júlia 


Onde: Taguatinga Norte, QNA 14, Casa 8 
Horário: a partir das 9h  
Contato: (61) 99213-0901 ou pela página do Facebook: somostodosjulia

Doença rara

Segundo a oncologista pediátrica do Hospital da Criança José Alencar (HBC) Flávia Watusi, o tipo de câncer que Júlia tem é raro em crianças. “Quando é descoberto no início e se estiver bem localizado, há grande possibilidades de cura somente com a cirurgia, porém, se descoberto tardiamente, o procedimento, além da cirurgia, é a quimioterapia”, explica. Ainda de acordo com a médica, não é uma doença que tem prevenção, mas os pais devem ficar de olho nos sintomas que podem ocasionar a doença. “Geralmente são dores abdominais fortes, enjoos ou até mesmo o desenvolvimento sexual precoce”, alerta.

fonte: Correio Braziliense
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