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Catadores do DF se casam no lixão da Estrutural


Cerimônia foi realizada nesta quinta, dois dias antes do fechamento do depósito. Casal se conheceu durante o trabalho e selou união em meio ao lixo: 'É nossa história'.

Catadores Valdineide Ferreira e Edeuclides Brito se casam no Lixão da Estrutural, no DF (Foto: Marília Marques/G1)

A história de amor é tão inusitada quanto o palco da celebração: nesta quinta-feira, um casal de catadores do Distrito Federal escolheu o Lixão da Estrutural como cenário para a cerimônia de casamento. A união foi comemorada nesta quinta-feira (18) – dois dias antes do fechamento do maior lixão a céu aberto da América Latina.


Depois de quase 60 anos de funcionamento, as atividades do local têm previsão de encerramento no próximo sábado (20). A partir de então, apenas o novo Aterro Sanitário de Samambaia deve abrigar as toneladas de lixo produzidas diariamente no DF.

Os noivos se conheceram no ano passado, enquanto trabalhavam na coleta seletiva. A catadora Valdineide Ferreira, de 62 anos, lembra que "foi amor à primeira vista".

"Ele trabalhava no caminhão. Quando eu vi, pensei 'que homem lindo, quero casar com ele'. E agora estamos aqui."

Na cerimônia, estiveram presentes amigos do casal, parentes e outros catadores que trabalhavam no lixão durante a tarde. Com lágrimas nos olhos após a cerimônia, a catadora contou ao G1 que já foi abandonada no altar e que, dessa vez, pretende começar uma "nova história".

Amor e história

A escolha do local para celebrar a união não foi por acaso. Valdineide, também conhecida como "Joelma, a baiana da Estrutural", diz que o lixão faz parte de sua história.

"Quero que mesmo fechado, os amigos e todo mundo lembre que aqui teve uma história de amor. O lugar faz parte de nossa vida."

Edeuclides Brito - o noivo, 24 anos mais novo - diz que está feliz com a cerimônia no lixão.

"Tem gente que tem preconceito, mas estou feliz."

Rede de apoio

Horas antes da cerimônia, a catadora ganhou um dia de noiva a custo zero. Os serviços de maquiagem e produção de cabelo foram oferecidos pelo cabeleireiro e maquiador João Coiff.

Dono de um salão de beleza em Santa Maria, ele tem um projeto social que pretende desenvolver a autoestima de mulheres de baixa renda, moradores do DF, assim como Valdineide.

"Precisava só um toque para enriquecer ainda mais o dia dela. Toda mulher merece se sentir bem nesse dia."
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