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Calote causa incerteza para a volta às aulas no DF

“Estamos de mãos atadas. Não temos nada para iniciar o ano letivo”. O relato é da diretora de uma escola pública do DF. Sem a verba do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) referente ao segundo semestre de 2017, gestores das 671 escolas do Distrito Federal temem começar o ano letivo afundados em dívidas e sem condições de fazer pequenos reparos e compras fundamentais para os alunos. A verba é considerada essencial pelo Sindicato dos Professores (Sinpro), que denuncia que o começo das aulas está em risco.
Segundo Samuel Fernandes, diretor do Sinpro, o governo tem prometido o pagamento desde novembro. “O Pdaf é um dinheiro para manter a escola, comprar materiais pedagógicos e de limpeza, fazer pequenos reparos, comprar gás para a merenda. Em 2017, ficou dividido em duas parcelas”, explica.
“Os gestores estão enfrentando dificuldades porque, durante o ano, chegam a comprar fiado para manter a escola funcionando. Agora estão devendo e os fornecedores, cobrando. Sem o recurso, os diretores ficam impossibilitados de quitar as dívidas e, inclusive, isso prejudica o próximo ano letivo. Corre-se o risco de não haver aulas por falta do pagamento”, critica o diretor da categoria.
Ainda de acordo com Fernandes, além da falta da segunda parcela de 2017, não se sabe quando será feito o pagamento da primeira de 2018. “Com o governo repassando a verba de 2017 em 2018, ele vai alegar que esse dinheiro é para fazer os reparos para iniciar o ano. Mas vai dar só para pagar as dívidas”, explica. “É grave. O governo tem que ter em mente que precisa pagar 2017 para quitar dívidas e dar a parcela de 2018 para os diretores fazerem as benfeitorias”, completa.
O diretor do Sinpro afirma que toda a rede está abalada pela falta do pagamento. “Exigimos que o governador Rollemberg deposite de imediato a parcela que deve do Pdaf de 2017 e logo no início de janeiro pague a primeira parcela de 2018, para que as escolas possam garantir o mínimo de estrutura para receber os alunos no próximo ano letivo”, conclui.
Colégios sem recursos
A diretora da Escola Classe 13 de Ceilândia, Mabel Pereira do Nascimento, destaca que todos os colégios da capital sofrem com a falta do recurso. “A situação está complicada. Não só da minha, mas de todas as escolas, na realidade”, resume. Para ela, a falta de pagamento do Pdaf põe em xeque o início das aulas, que está marcado para o dia 15 de fevereiro.
Mabel acrescenta ainda que o valor que as escolas recebem é baixo, por isso os gestores precisam se virar no decorrer do ano para garantir a manutenção adequada das unidades.
“A minha escola tem 398 alunos e eu teria que receber R$ 21 mil. É pouco para manter a instituição, então temos que complementar com festas, fazendo rifas, indo atrás de deputados distritais para obter emendas parlamentares, porque o Pdaf não dá para tudo”, alega.
“Com o recurso compramos gás para fazer lanche, compramos lâmpada, pagamos a manutenção de banheiro, de torneira quebrada, serve para mandar arrumar um brinquedo do parquinho, para comprar tinta para a impressora”, exemplifica.
Educação esquecida
Por fim, a diretora acredita que o governo tem deixado de lado a educação do DF. “Educação não é prioridade para esse governo. A gente vê que ele está tirando recursos da educação para colocar em outras áreas. Acham que sem o Pdaf vamos dar um jeitinho de fazer com que as escolas funcionem”, ironiza.
Versão oficial
Em nota, a Secretaria de Educação informou que liberou R$ 46 milhões do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) em 2017 para a manutenção das escolas. “Outros R$ 29,7 milhões, relativos à segunda parcela, serão pagos até o final da primeira quinzena de janeiro”, garante.
A pasta acrescentou ainda que o contrato com as empresas que fazem a manutenção das escolas também foi renovado para que as unidades recebam os reparos necessários antes do início do ano letivo. A nota, porém, não respondeu o questionamento feito pelo Jornal de Brasília sobre quando será paga a primeira parcela do Pdaf de 2018.
FONTE: JORNAL DE BRASÍLIA
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