Jair Bolsonaro: acabou a brincadeira

O Brasil começou a levar Jair Bolsonaro a sério em 2017. Ele se consolidou em segundo lugar em praticamente todas as sondagens de intenção de voto.
Vende-se e é vendido como o candidato anti-Lula por excelência. Resta saber se ele vai desinflar se o petista for condenado e não se candidatar. 
Bolsonaro está cercado de indagações: o que pensa sobre os grandes problemas brasileiros? Com quem governaria?
Questionado sobre seus conhecimentos e convicções acerca da economia, respondeu: “Eu tenho que entender tanto de economia? Por que não tenho que entender de medicina, se vou indicar o ministro da Saúde?”
Para dissipar a desconfiança de quem o vê como um nacionalista dos anos 70 (espécie de Dilma da direita), assinou uma Carta aos brasileiros — revelada por O Antagonista — e anunciou quem seria seu ministro da Fazenda: o economista Paulo Guedes.
Na Justiça, Bolsonaro colheu uma condenação: vai ter de pagar R$ 10 mil a Maria do Rosário por fazer considerações, em 2014, sobre a deputada e o estupro. Ainda há duas ações penais sobre o caso correndo no STF.
Inquéritos, indiciamentos, denúncias, condenações motivados por atos de corrupção? Zero (até agora). Eis seu trunfo junto a um eleitorado cansado de roubos e mentiras.
Não importa o resultado que Bolsonaro colherá nas urnas em 2018, ele deixou de ser visto como azarão.
É o único político que consegue ser aplaudido por onde passa. Sua maior dificuldade neste momento? Ter um partido para chamar de seu.
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