O mês de combate ao câncer de mama traz para o debate a importância do autocuidado e da atenção a mudanças que podem ocorrer no próprio corpo. Estar informada sobre os sintomas e saber o que fazer para evitar a doença são fundamentais para a saúde da mulher.
Segundo o mastologista do Hospital Regional de Sobradinho, Farid Buitrago, na maioria das vezes, o câncer é descoberto pela própria paciente. “Muitas percebem o nódulo no seio com o próprio toque ou com a mudança da textura da pele mamária”, pontua.
O ideal é que o autoexame seja feito na semana depois da menstruação – quando o corpo está menos inchado. Para aquelas que não menstruam, a recomendação é escolher um dia fixo no mês para fazê-lo.
A orientação é que se observe as mamas sempre que se sentir confortável (no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano). Não existe uma técnica específica para seguir, mas há algumas sugestões que podem facilitar o autoexame como:
- Em pé: de frente para o espelho, observar o bico dos seios, a superfície e o contorno das mamas. Em seguida, levantar os braços e verificar se há alguma alteração
- Deitada: apalpar a mama esquerda com a mão direita com movimentos circulares suaves, apertando levemente com a ponta dos dedos. O mesmo se faz com o outro lado
- No banho: com a pele molhada ou ensaboada, elevar o braço direito e apalpar a mama suavemente com a mão esquerda estendendo até a axila. O mesmo se faz com o outro lado
Caso identifique qualquer alteração, deve-se procurar um posto de saúde para que um médico ginecologista faça um exame clínico das mamas e encaminhe — quando for necessário — para estudos mais detalhados, como a mamografia.
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:
- Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
- Alterações no bico do peito (mamilo)
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
- Saída de líquido anormal das mamas
Farid Buitrago explica que, mesmo que apareça qualquer sinal de alerta da doença, não significa que há um tumor maligno na mama. A confirmação do câncer só é feita pela biopsia (quando é retirada uma amostra do nódulo ou do tecido mamário).
Fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama
Há alguns fatores de risco nos quais é preciso prestar mais atenção, como: obesidade e sobrepeso, sedentarismo, primeira menstruação antes dos 12 anos e parar de menstruar após os 30.
Histórico familiar de câncer de mama ou no ovário também são preocupantes para aparição da doença, principalmente em parentes de primeiro grau.
De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), é esperado, neste ano, 960 novos casos do tumor no Distrito Federal. A faixa etária em que há maior incidência é dos 50 aos 69 anos. No entanto, mulheres mais jovens também estão suscetíveis.
Farid Buitrago esclarece que dá para evitar a doença. “Existem diversos fatores que ajudam a prevenir, como fazer atividade física, ter uma alimentação saudável e fazer os exames periodicamente.” De acordo com ele, quando o câncer é descoberto no início, há 95% de chances de cura.
Câncer de mama em homens
Homens também podem ter câncer de mama, mas o número é bem mais baixo quando comparado ao de pacientes femininas. “Para cem mulheres com a doença, há um homem”, explica Buitrago.
No caso dos homens, o nódulo aparece atrás no bico do peito. O procedimento quando há uma suspeita é o mesmo que o da mulher. Com mamografia e biopsia para confirmação. “O exame é igual, mas no caso da mamografia o incomodo é maior”, pontua o mastologia.
Ações em prol do Outubro Rosa
Até 31 de outubro, a Estação Central do Metrô (Rodoviária do Plano Piloto) promove a campanha solidária Corte e Compartilhe. A ideia é incentivar passageiros a doarem mechas de cabelo para transformá-las em perucas que serão utilizadas por pacientes com câncer de mama da Rede Feminina do Hospital de Base.
O objetivo é resgatar a autoestima de mulheres que perdem os cabelos no tratamento da doença. A ação será executada por profissionais do Instituto Helio, e os cortes serão feitos gratuitamente por alunos da instituição até esta terça-feira (17) e de 23 a 31 de outubro, das 9 às 17 horas.
Raiany Rodrigues da Silva, de 25 anos, aprovou a iniciativa. “Essas ações dão um estímulo para a paciente lutar contra a doença. Mostra que ela não está sozinha, que tem gente apoiando”, relata.
Aos 41 anos, Claudiana Pimenta aproveitou a ação para doar a mecha que estava guardada em casa. “Eu sempre quis doar, uma amiga da minha irmã tem câncer e eu vejo o quanto esse tipo de movimento é importante.”
Mãe de três filhos, ela conta que não descuida da saúde em nenhum momento. “Faço o exame preventivo periodicamente. Não dá para relaxar, é preciso ter uma vida saudável, se cuidar”, ressalta.
Qualquer pessoa pode participar do corte solidário no metrô. A única regra é que a parte do cabelo a ser doada tenha extensão mínima de 10 centímetros de comprimento. Cabelos pintados ou com qualquer outro tipo de química também poderão ser doados.
No dia 24, um profissional da área de oncologia estará na Estação Central, a partir das 15h30, para conversar com a população e tirar dúvidas sobre a doença.
Já a sede e as agências da CEB Distribuição — subsidiária da Companhia Energética de Brasília (CEB) — vão receber doações de uso pessoal para pacientes com câncer. A ação vai até 27 de outubro.
Entre os itens sugeridos para a campanha Outubro Rosa estão: lenços, batons, esmaltes, material de higiene pessoal (sabonete, creme dental, xampu, condicionador, toalhas de banho), roupas, sapatos e outros objetos para bazar.
0 comentários:
Postar um comentário