Onda de violência em Samambaia assusta população


A população de Samambaia Sul anda assustada com a onda de crimes ocorridos na região nos últimos dias. De acordo com moradores da Quadra 122, os delitos acontecem diariamente e são praticados, na maioria das vezes, no período da manhã, sempre por menores. Além de arrombar as residências, os suspeitos assaltam comércios e abordam as vítimas quando elas estão saindo de casa. Segundo a Polícia Militar, parte dos crimes é cometida por adolescentes que residem na região.

Há uma semana, a casa de Jonny Gregório foi alvo de ladrões. Eles forçaram o cadeado e tentaram invadir a residência, que fica em frente à casa de um PM. “Não tinha ninguém, mas eles só não conseguiram entrar porque os vizinhos gritaram”, relata o estudante de 26 anos.
Ele acrescenta que não é a primeira vez que a tentativa de furto acontece. “Ano passado conseguiram entrar, mas tinha gente em casa. Então eles mudaram de ideia e foram embora. Agora reforçamos o portão e esperamos que isso resolva”, conclui o jovem.
O comércio também está na mira dos bandidos. Rafael Cristino é dono de uma padaria localizada no centro da quadra e conta como é difícil conviver com a insegurança. “Em 12 anos, já fui assaltado umas 20 vezes. Em 2016 não aconteceu, mas neste ano fui abordado por dois adolescentes. Eles deviam ter entre 12 e 14 anos. Além de pegar o dinheiro, ainda levam os pertences dos clientes”, revela o comerciante de 67 anos, que teve um prejuízo de mas de R$ 2 mil no último assalto.
“Eles vêm sempre em dupla e devem roubar de dois a três celulares por dia aqui na quadra. As mulheres são os maiores alvos, principalmente no caminho do metrô” diz.
“A polícia não aparece aqui, mas eu até entendo, porque é muito roubo para pouco policial. Eu reforcei a segurança com alarme e portão elétrico, e só abro para as pessoas que não considero suspeitas. De qualquer forma, não registro mais ocorrência porque acredito que não faz diferença”, conclui.
Tentativa de estupro
Maria Madalena, 56 anos, lembra o drama que viveu após ter sido vítima de uma tentativa de estupro, há três meses. “Eu estava indo para a igreja quando percebi que alguém me seguia. Tentei correr, mas de repente fui abordada por um homem que me agrediu muito, mas consegui reagir. Quando ele caiu no chão, eu corri”, lembra a dona de casa.
“A ação durou cerca de cinco minutos, mas parecia uma eternidade. Fiquei desesperada e até hoje estou traumatizada”, diz Maria, que destaca não ter conseguido registrar ocorrência. “O policial falou que deveria ser meu amante e que não via necessidade no registro. Ficou por isso mesmo”, lamenta.
Residências vazias
A costureira Maria Silva, de 58 anos, considera que está difícil ter segurança até mesmo dentro de casa. “Já tentaram entrar na minha residência várias vezes. Primeiro eles batem palmas para saber se tem alguém. Se acham que não, tentam entrar. Na última semana eu fingi que não estava em casa, então ouvi eles falarem ‘tá limpo’. Mas aí eu saí e perguntei quem era. Eles desconversaram e foram embora”, conta.
Os moradores alegam que não há policiamento adequado na quadra. A polícia argumenta que o patrulhamento é feito de acordo com a demanda de cada local, e que para isso é indispensável o registro de ocorrências.
Em relação à falta de segurança dos moradores de Samambaia, a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social (SSP), lembra que o patrulhamento está a cargo da PM.
A Polícia Militar, por sua vez, aponta que a maior parte dos crimes é efetuada por menores reincidentes, que residem na própria quadra, o que também torna difícil a ação policial.
Além disso, a PMDF diz contar com a colaboração da população e destaca que a falta de registro do boletim de ocorrência dificulta o trabalho da corporação. A PM alerta que os moradores devem denunciar todos os crimes para que se torne possível a ação dos agentes.
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