O adolescente de 16 anos que confessou ter matado a prima Ana Íris dos Santos, 12, confirmou, em depoimento, ter estuprado a menina antes de estrangulá-la. Peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) examinam o corpo para identificar vestígios de violência sexual. Ontem, eles confirmaram, oficialmente, a identidade de Ana Íris. O suspeito está apreendido, provisoriamente, pelos atos infracionais análogos aos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e estupro de vulnerável. Ele pode ficar até 3 anos apreendido.
De janeiro a junho, houve 415 ocorrências de abuso sexual no Distrito Federal. Entre as vítimas, 294 delas tinham 14 anos ou menos, o que configura estupro de vulnerável. No mesmo período de 2016, a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social registrou 314 casos de violência desse tipo, sendo 186 contra vulneráveis. Embora tivesse 12 anos, parentes e amigos próximos contaram que Ana Íris ainda brincava de boneca.
O delegado-chefe da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA 2), Juvenal Campos, explicou que, após receber alta do hospital, na manhã de quinta-feira, o suspeito contou que abusou da vítima sexualmente durante uma caminhada em área de cerrado, em Samambaia Norte. Alegou que a motivação do homicídio seria ocultar o estupro. Disse, ainda, que o crime ocorreu no mesmo dia do desaparecimento da menina, em 10 de setembro e, após matá-la, a arrastou por cerca de 10m.
Dora Santos, uma das tias de Ana Íris, classifica o adolescente como traidor. “Ele nos traiu e destruiu a nossa família. Usou da nossa confiança para criar o álibi perfeito”, afirmou. Abatida, a tia da garota também suspeita que outra pessoa possa ter participado da morte de Ana. “Acho que ele está assumindo tudo por ser menor de 18 anos, mas não fazemos ideia de quem seja”, disse.
O titular da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), Leandro Ritt, explicou, no entanto, que, em crimes como esse, o suspeito age sozinho. “Pode ser que haja exceção, mas, neste caso, tudo indica que não houve participação de ninguém”, ressaltou o delegado.
Perícia
Médico legista à frente do caso, Aluísio Trindade Filho não comentou o episódio, mas explicou que a violência sexual em vítimas mortas pode ser comprovado, dependendo das circunstâncias do corpo e como ele chega ao IML. Quando não é possível constatar a penetração, os peritos tentam encontrar outras marcas de violência deixadas em regiões genitais, nos seios e nas coxas. “Cada caso depende das circunstâncias do estado de decomposição do corpo, se ele está razoavelmente preservado”, explicou Aluísio Trindade.
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