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Joesley Batista dorme pouco e reza nas primeiras 24h preso em Brasília

O primeiro dia de cadeia do empresário Joesley Batista, que antes dizia não ter medo de ser preso, foi um choque de realidade. É assim que descreve quem teve contato com ele ontem. As primeiras 24 horas do empresário na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, foram de introspecção. Ele passou a noite segurando um terço que trouxe de São Paulo, onde foi detido na segunda-feira, após se entregar em cumprimento do mandado de prisão. Ele foi visto com o terço ao descer do jato da PF no hangar da corporação do Aeroporto de Brasília. Ao longo do dia, o empresário rezou diversas vezes dentro da cela.

Na noite de segunda-feira, ele jantou alimentos deixados pelos advogados. Mas ontem, na hora do almoço, comeu a marmita que é distribuída para os internos. A PF serve aos detentos uma quentinha com arroz, salada de legumes e carne, que vai desde frango empanado até bife acebolado, dependendo do dia. Durante a tarde, ele recebeu a visita do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay. O defensor levou alguns mantimentos para que o empresário passe os próximos dias, até decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre seu tempo de reclusão.

Joesley, um dos donos da J&F, demonstrou rosto abatido o tempo todo e dormiu cerca de cinco horas à noite — pegou no sono  por volta da 0h30 e acordou aproximadamente às 5h30. Kakay pretende protocolar hoje, no STF, um pedido de relaxamento da prisão. O advogado contou que Joesley está bem de saúde, mas preocupado com a situação. “Ninguém que está preso fica satisfeito. Ele está abatido, mas confiante de que a prisão não será renovada e de que ele vai sair de lá na sexta-feira. Está acreditando no Poder Judiciário”, destacou o defensor.

A prisão temporária, determinada pelo ministro Fachin, ocorre para garantir o andamento das investigações. No despacho, o magistrado apontou que existem indícios de que o acordo de delação premiada sofreu interferência do ex-procurador da República Marcello Miller, algo irregular (leia texto abaixo). Ele destacou ainda que, “nos documentos apresentados pelo MPF, existem indícios suficientes de que os colaboradores (Joesley e Ricardo Saud) omitiram informações durante depoimentos” prestados no âmbito de um acordo de delação premiada. Apesar de ter sua prisão solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF), Miller não foi detido. Para Fachin, faltam provas que atestem sua participação nos atos criminosos.

A tendência é que Edson Fachin prorrogue o tempo de prisão dos delatores da J&F. Isso pode ocorrer de duas formas: estendendo a prisão temporária por mais cinco dias, ou convertendo-a em prisão preventiva, que não tem tempo para terminar. Fachin vai levar em consideração uma gravação, entregue aos procuradores, apontando que Joesley e o executivo Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da holding J&F, atuaram para acelerar o acordo de colaboração com a Justiça, com a finalidade de não serem presos.

Caso a prisão seja convertida em preventiva, o que tem grande chance de acontecer, a dupla deve ser transferida para o Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião. Lá eles seriam alocados no Centro de Prisão Provisória (CPP). No entanto, se o Ministério Público decidir por uma nova delação, ou autorizar a apresentação de novos fatos, eles podem permanecer na carceragem da Polícia Federal, por uma questão de logística.

FONTE:
JORNAL DE BRASÍLIA
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