Três regiões no DF são consideradas as mais poluídas

O Centro de Taguatinga, a Rodoviária do Plano Piloto e a região da Fercal são as áreas que apresentam os maiores níveis de poluição do ar no Distrito Federal. De acordo com monitoramento de gases poluentes realizado pelo Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), com apoio da Universidade de Brasília (UnB), os níveis de emissão nessas regiões são bastante superiores a 80 microgramas de partículas poluentes por metro cúbico de ar. Esse é o patamar considerado acima do aceitável pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente(Conama).

A região da Fercal é a que apresenta maior índice de poluição, com cerca de 1500 microgramas de partículas, devido à existência de duas fábricas de cimento e ao tráfego de veículos. "As demais apresentam geralmente média de 300 partículas de gases poluentes", diz Weeber Requia, pesquisador de transporte e meio ambiente da UnB.

A emissão dos gases poluentes é causada por fábricas e veículos automotores, principalmente os movidos a diesel. De acordo com Weeber a capital conta com uma frota de mais de 1 milhão de veículos.

Um terço da frota de veículos da capital emite anualmente cerca de 1.066.000 de toneladas de CO2 na atmosfera. De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade Católica de Brasília (UCB), para diminuir a poluição, principalmente veicular, seria necessário que a capital tivesse uma área verde três vezes maior que o DF.

Os principais gases poluentes são o monóxido de carbono, um dos mais perigosos tóxicos respiratórios para o homem, pois não é percebido pelo os nossos sentidos, esse gás é encontrado nas cidades devido ao grande consumo de combustíveis; os oxidantes fotoquímicos, que reagem na atmosfera formando um conjunto de gases agressivos; e os óxidos de enxofre, uma das principais impurezas presentes nos derivados de petróleo (gasolina, óleo diesel) e no carvão mineral.

As maneiras para amenizar a poluição do ar, segundo Weeber, seria a fiscalização das fábricas e carros. "Se todos os carros fossem as ruas, a cidade pararia e o ar inevitavelmente agravaria. Uma das medidas eficiente para minimiza os gases poluentes seria usar alternativas de locomoção, como andar de bicicleta", conta.

Enquanto não há mudanças significativas, a população brasiliense sofre com o excesso de poluentes no ar. É o caso do vendedor de espetinhos Luis Antonio, 45 anos, que fica próximo a uma parada no Plano Piloto e sente o impacto da poluição. "Tenho que limpar todas as horas minhas coisas e deixar bem tampado as vasilhas para não correr o risco de contaminação. Além disso, sofro muito com coceira nos olhos e tosse", queixa-se.

Segundo o pesquisador Weeber, os gases poluentes podem provocar asfixia, doenças cardiovascular, pulmonar, deficiências respiratórias ou circulatórias e efeitos nocivos no sistema nervoso central. Crianças e idosos são as maiores vítimas. "Fico com os olhos vermelhos e com a pele suja, ainda mais porque passo parte do meu tempo convivendo com os ônibus na rodoviária", diz o cobrador Francisco de Assis, 42 anos, que trabalha cerca de 20 anos na Rodoviária do Plano Piloto.

Eduarda Fernandes

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