Como lidar com a frustração das metas não cumpridas no fim do ano

 

Com a aproximação do fim do ano, é comum que muitas pessoas façam um balanço das metas traçadas em janeiro e percebam que parte delas não saiu do papel: o curso que ficou para depois, o emagrecimento adiado, a viagem que não aconteceu, a poupança que não cresceu. Essa constatação, apesar de frequente, pode despertar sentimentos de frustração, culpa e ansiedade, e até contribuir para quadros de depressão quando não há acompanhamento adequado.

De acordo com a psicóloga clínica do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), Vanessa Vilela, o desafio não está em deixar metas para trás, mas na forma como cada pessoa interpreta esses resultados.

“O fim de ano costuma trazer uma cobrança excessiva, como se a vida precisasse acompanhar o calendário. Quando a pessoa percebe que não deu conta de tudo, tende a se culpar, esquecendo que cada conquista tem seu próprio tempo e que imprevistos fazem parte do processo”, explica.




A profissional destaca que o período de dezembro naturalmente desperta reflexões. “A gente olha para as metas de janeiro e percebe que algumas não se concretizaram. Isso é normal, especialmente em um ano cheio de demandas e desafios. O mais importante é entender que frustração não significa fracasso”, reforça.

Segundo Vanessa, a frustração surge do desencontro entre expectativa e realidade, e isso não define o valor pessoal de ninguém. “Muitas vezes criamos metas rígidas, comparamos nossa trajetória com a dos outros e esquecemos que objetivos precisam ser flexíveis, assim como a própria vida”, diz.

A psicóloga orienta que o primeiro passo é não se definir pelas metas que não foram cumpridas. Dividir os objetivos em partes menores pode ajudar no processo. “Muitas vezes, as metas parecem ‘fracassadas’ apenas porque eram grandes demais ou pouco específicas. Ao fragmentá-las, o processo fica mais leve. Também é importante distinguir o que realmente dependia ou não de nós. Às vezes, o avanço não aconteceu por fatores externos, e isso não diminui nossa competência”, explica.

História de quem aprendeu a recomeçar

A gerente Rejane Pinheiro, 49 anos, vivenciou essa experiência no fim do ano passado. Após não concluir um curso e perder o foco no plano de emagrecimento e autocuidado, passou a se sentir desmotivada e ansiosa.

“Eu me comparava com outras pessoas e achava que não tinha feito nada de útil no ano. Foi quando busquei ajuda e percebi que estava sendo muito dura comigo mesma”, relata.

Com acompanhamento psicológico, ela aprendeu a celebrar pequenas conquistas e a traçar metas mais alcançáveis. “Hoje eu entendo que o importante é manter o movimento, não a perfeição”, completa.



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