Foto: Deva Garcia |
Diante do aumento da escalada de militarização das escolas no DF e da ausência de documentos que comprovem a eficácia do modelo de gestão, o Sinpro segue com uma série de discussões sobre o tema com a categoria. O debate mais recente foi no Centro de Ensino Fundamental 120 de Samambaia.
A escola está na mira do governo do Distrito Federal para integrar as mais de 20 unidades escolares com gestão compartilhada com policiais militares. A previsão é que a votação seja no dia 13 de setembro.
Na reunião, realizada dia 6 de setembro, o Sinpro denunciou a precarização da educação pública, que enfrenta um cenário com escolas sem infraestrutura, salas de aula superlotadas, excesso de contratações temporárias, desvalorização de seus(suas) profissionais e outros problemas que comprometem a qualidade do ensino.
“Se há problemas nas escolas, não podemos atribuí-los a professores e professoras. O que falta são investimentos e projetos educacionais que atendam à comunidade escolar”, disse o diretor do Sinpro Carlos Maciel.
O debate no CEF 120 foi chamado pela direção escolar para apresentar o projeto de militarização à comunidade e, em tese, ouvir a opinião de professores, estudantes e responsáveis.
Entretanto, segundo o diretor do Sinpro Fernando Augusto, a discussão aconteceu de forma antidemocrática e não contou com a participação de todos os integrantes da comunidade escolar. Os estudantes, por exemplo, não tiveram direito à fala.
“Não foi um debate democrático. O encontro não foi amplamente divulgado para a comunidade escolar. Muitos pais não estavam presentes. Tivemos um debate totalmente enviesado”, denunciou Fernando.
Ele afirma que “a militarização não segue o que o Sinpro defende para a educação: uma escola democrática, inclusiva e de qualidade social”. O dirigente sindical ainda alerta para a disparidade na distribuição de recursos para escolas militarizadas e as de gestão democrática. “O caos é um projeto para não deixar a potência da escola pública ganhar força”, avalia.
Militarização não é a solução
Implementada no DF por meio de decreto do governador Ibaneis Rocha, a militarização tem sido vendida como solução para problemas da educação, principalmente quando o tema é segurança nas escolas.
Para o Sinpro, a segurança nas escolas deve ser feita por meio do Batalhão Escolar da Polícia Militar e, também, com qualidade de ensino, projetos pedagógicos e respeito à diversidade de opiniões.
Para a professora do CEF 120 Fabiana Alves, militarizar as escolas é fragilizar o direito dos estudantes a uma educação livre, plural e inclusiva. Durante o debate, ela relatou que um de seus filhos estuda em uma escola militarizada desde maio deste ano e tem sofrido perseguição por causa de seu cabelo cacheado.
FONTE: SINPRO-DF
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