De acordo com as investigações, os suspeitos atuavam na Vila
Telebrasília e em Samambaia,
e se dividiam em dois núcleos. A polícia afirma que eles planejavam e
executavam ações para transporte de cocaína. A suspeita é de que, desde o
início da apuração, o grupo tenha movimentado R$ 10 milhões.
Os mandados expedidos pela Justiça estão divididos em:
14 mandados de prisão temporária dos supostos chefes e
de integrantes da organização criminosa, além de uma conselheira tutelar;
60 mandados de busca e apreensão: um em São Paulo,
três em Goiás, 9 em Mato Grosso do Sul e 47 no DF;
56 mandados de sequestro judicial de bens móveis
(veículos e jet-skis) e imóveis;
Bloqueio de contas bancárias
A Polícia Civil afirma o grupo atuava sob o comando de três
chefes. Os suspeitos realizavam supostas ações sociais na Vila Telebrasília
para angariar apoio da comunidade. Os investigadores apontam que há registros
de que a organização patrocinou festas de Dia das Crianças e de Páscoa.
Ainda segundo a polícia, há indícios de que o tráfico de
drogas potencializou a eleição da conselheira tutelar presa. À época do pleito,
ela era esposa de um dos chefes do grupo criminoso. De acordo com a corporação,
eleitores foram levados aos locais de votação.
Transporte de cocaína
A investigação apontou duas ações de transporte de grandes
carregamentos de cocaína, realizadas pela organização criminosa. A primeira
ocorreu em novembro do ano passado, na cidade de Uruaçu, em Goiás.
À ocasião, foram apreendidos 300 kg de cocaína. A
droga era levada no compartimento falso de um caminhão usado para o transporte
de animais.
Na segunda apreensão, em fevereiro deste ano, policiais
civis do DF e federais apreenderam, também em Uruaçu, 205 kg de
cocaína.
Segundo os investigadores, a organização atuou da mesma
forma nas duas ocasiões, contratando batedores e responsáveis pela logística do
transporte das drogas. A Polícia Civil afirma ainda que os dois carregamentos
saíram da cidade de Mirassol do Oeste, em Mato Grosso do Sul.
Lavagem de dinheiro
Ainda de acordo com a corporação, as diligências demonstram
que o grupo desenvolveu um mecanismo de lavagem de dinheiro para lavar os
valores obtidos por meio do tráfico, que contou com o apoio de uma organização
criminosa de Minas Gerais.
Os suspeitos que atuavam em cidades mineiras foram alvo de
uma operação, em março de 2021. As investigações apontaram que os criminosos
usavam empresas fictícias para movimentar dinheiro do crime organizado de todo
país. Os valores chegam a R$ 750 milhões.
Cerca de R$ 2 milhões da organização criminosa do
DF passaram pelas contas das empresas de fachada dos suspeitos alvos da
operação em Minas Gerais.
As investigações apontam que o lucro principal ficava com os
comandantes do grupo. Eles direcionavam parte dos ganhos com tráfico de drogas
à aquisição de imóveis e investimentos em estabelecimentos comerciais. A
prática é considerada como lavagem de dinheiro.
A operação ganhou o nome de "Sistema". Os chefes e
demais suspeitos foram indiciados por organização criminosa, tráfico de drogas
interestadual e lavagem de dinheiro majorada.
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