Uma mulher de 37 anos deu à luz, nesta segunda-feira (29), em um banheiro do Hospital Regional de Samambaia, no Distrito Federal. A mulher entrou em trabalho de parto, por volta das 9h, e sem conseguir atendimento na rede pública de saúde, o bebê nasceu sem acompanhamento médico.
O pai da criança, de 32 anos, que prefere não se
identificar, registrou em vídeo o momento do nascimento do filho (assista acima). Mãe e filho passam bem.
Nesse
momento, segundo o homem, a bolsa da mulher estourou. Mesmo
assim, segundo ele, uma enfermeira disse que o parto ainda demoraria cerca de
duas horas para acontecer, entregou uma fralda para a mulher e pediu para ela
se trocar no banheiro.
"Escutei minha mulher gritando. Na hora que entrei [no banheiro], coloquei
a mão entre as pernas dela e a cabeça do meu filho ficou na minha mão",
detalhou o pai.
Nesta
terça-feira (30), o secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, fez uma visita ao
recém-nascido. "Precisamos rever alguma coisa que possa ter acontecido. Mas,
o mais importante é que eles estão bem, com saúde e foi o que eu vim assistir
de perto aqui", disse.
De acordo com o homem, os problemas com o serviço público de saúde da
capital começaram em casa. Ele conta que, às 8h, ligou
para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e solicitou uma
ambulância para levar a mulher ao hospital.
Porém, ele disse que não conseguiu o atendimento e que foi informado de
que o parto demoraria. Como a esposa estava sentindo dor, o pai decidiu levá-la
à unidade de saúde em uma motocicleta.
"Fomos tratados como fantasmas, como se fossemos invisíveis. Não
acreditaram na gente em nenhum momento", lamentou.
"A direção do Hospital
Regional de Samambaia (HRSam) esclarece que, na manhã desta segunda-feira (29),
recebeu a paciente V.M.J, gestante de 36 semanas, queixando-se de dores
abdominais e contrações. Imediatamente a paciente foi acolhida, recepcionada
pela equipe multiprofissional do hospital, classificada e informada de que - em
função da escala de plantão - os dois médicos que estavam na unidade no momento
estavam em procedimento. Assim, ela teria que aguardar.
Ao ser informado desta
situação, o companheiro da paciente, que a acompanhava no momento, se exaltou
contra a equipe da unidade, momento em que a bolsa da referida paciente
estourou. Pelos protocolos hospitalares, uma gestante que chegue a esta
condição deve ser internada imediatamente, para que o parto seja realizado.
Contudo, não houve tempo hábil para internação pré-natal, visto que enquanto a
técnica em enfermagem do HRSam foi chamar o médico e a paciente estava vestindo
um avental cirúrgico para ser internada , a criança começou a nascer.
O bebê foi aparado pela própria
técnica de enfermagem, que finalizou o parto e conferiu os sinais vitais da
criança, e ambos foram internados no HRSam, onde permanecem recebendo toda
atenção e cuidado.
A Secretaria de Saúde, na
pessoa do secretário general Manoel Pafiadache, lamenta o ocorrido e se coloca
à disposição para ceder quaisquer respostas sobre esta situação, uma vez que
foi aberto um boletim de ocorrências para a apuração do caso".
FONTE: G1 DF
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