Desde o início da semana, brasilienses de diversas regiões administrativas do Distrito Federal relatam dificuldades para encontrar gás de cozinha e aumento dos preços nas revendedoras por causa da pandemia do novo coronavírus.
Na manhã desta quinta-feira (02/04), encontramos empresas sem estoques ou com poucos botijões para venda no Jardim Botânico, em São Sebastião, Sobradinho, Planaltina, Samambaia, Recanto das Emas, em Ceilândia e no Guará.
Em alguns locais onde o botijão de 13 quilos chega das distribuidoras, há filas e preços maiores. O custo varia de R$ 80 a R$ 100. Antes do início da quarentena, o valor girava em torno de R$ 70. O aumento é até 42,8% em relação ao maior valor praticado no mercado.
Toda Samambaia está sem gás de cozinha. Estamos agendando pedidos para esta sexta-feira (03/04). Hoje (quinta), nós já fechamos”, disse.
A técnica de enfermagem Daniela Maria da Silva, 33 anos, mora em Samambaia. Ela conta que ligou em 12 distribuidoras na noite dessa quarta-feira (01/04) e, em nenhuma delas, tinha gás disponível. “O gás da minha sogra acabou e não achamos. Ainda nesta manhã, não conseguimos comprar. Fomos avisados de falta de abastecimento. Acredito que as pessoas, com medo de faltar, estão estocando. É errado porque prejudica quem precisa. O gás é essencial para fazer comida.”
Sindgás
Por meio de nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), esclareceu que o preço do botijão é regulado pelo mercado, sem que haja valores máximos ou mínimos fixados. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), em fevereiro de 2020, o preço médio estava na ordem de R$ 70.
“O Sindigás ressalta que repudia toda e qualquer tentativa de prática de preços abusivos. Embora esteja de acordo com a mobilização de governos e órgãos públicos de fiscalização para coibir aqueles que buscam tirar vantagem em um momento especialmente delicado para as famílias brasileiras, o Sindigás alerta para ações que possam ter efeitos indesejados”, diz trecho da nota do sindicato.
Acionado pela reportagem, o Instituto de Defesa do Consumidor no DF (Procon-DF), informou que, até o momento, ainda não há empresa notificada sobre a venda de preços abusivos.
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