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Motoristas reclamam de diminuição de passageiros



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Motoristas de aplicativos começam a perceber redução no número de corridas por causa da pandemia do coronavírus desde a publicação do decreto do governador Ibaneis Rocha, suspendendo aulas, shows e aglomerações. De acordo com o motorista Edvaldo da Silva Ferreira, 42, a queda nas solicitações foi de quase 60%.
“No domingo [15], só tive gastos. Saí 6h de casa e rodei até a meia-noite. Quando normalmente faço de 35 a 40 viagens, nesse dia fiz apenas 16. Fiquei mais tempo parado do que rodando.” Segundo ele, a espera por passageiro chegou a ultrapassar uma hora e meia. “Dos três anos que rodo como motorista de aplicativo, nunca vi uma situação como essa”, disse o motorista. Mesmo com receio, o trabalho é necessário para pagar as contas e fechar o mês. “Eu preciso continuar aqui, senão não consigo terminar as prestações do carro”, explica.


O sentimento, segundo Edson Vinícius Guimarães, 33, é de impotência diante da diminuição no ritmo de solicitações nos aplicativos. “A gente esperava, finalmente, uma reaquecida nas viagens depois do Ano Novo, época de férias e carnaval, em que as pessoas não estavam pedindo tanto. Mas agora, com essa doença, estamos sem saber o que fazer”, ponderou também em nome de outros colegas. “Espero que o coronavírus vá embora logo para voltarmos ao normal.”
Numa comunidade de motoristas de aplicativos no Facebook, a percepção é a mesma. “Hoje foi péssimo. De 6h até agora — 19h — só fiz R$ 100 livre do combustível”, comentou João Marcos Caetano. “Que Deus abençoe para que esse coronavírus suma logo e volte tudo ao normal. Muitos podem não precisar desse trabalho, mas tem muito pai de família que tira o sustento da suas família.”
Há quem ainda não tenha sido afetado. Almerindo Brito de Alcântara, 61, diz que não notou muita diferença nas viagens, mas acredita que as viagens vão começar a cair nos próximos dias, justamente devido aos decretos impostos pelo GDF. “Muitas das minhas viagens são de pessoas que estão trabalhando e cada vez menos pessoas estão saindo para o local de trabalho. Acho que a demanda vai diminuir”, concluiu.
Segundo o motorista, a solução será ir para as cidades satélites. “Por lá as viagens são menores, mas acho que vão acontecer mais frequentemente. É a saída que eu imagino se a demanda cair realmente”, afirmou. Almerindo alcançou a melhor idade recentemente, mas configura grupo de risco do covid-19.
Apesar de precisar das viagens para se sustentar, à reportagem ele contou que qualquer alteração mais preocupante na saúde, irá estacionar o carro em casa até melhorar.


Empresas estudam ajuda

A reportagem entrou em contato com as plataformas de mobilidade urbana por aplicativo e, de acordo com as empresas Uber, 99 Pop e Cabify, a comunicação com os motoristas parceiros é constante quanto aos cuidados a serem tomados para evitar a contaminação do novo coronavírus. São recomendados as constantes limpezas nos veículos utilizados.
De acordo com a Uber, o apoio às autoridades de saúde pública acontece 24 horas por dia e, caso haja alguma contaminação de motorista, parceiro ou passageiro, haverá uma suspensão temporária das respectivas contas. Para os condutores infectados pelo covid-19 ou em quarentena por suspeita da doença, a empresa afirma garantir “assistência financeira durante até 14 dias enquanto sua conta estiver suspensa”. Notificações sobre medidas de segurança também são enviadas durante a atividade no aplicativo.
Em nota, a empresa 99 Pop afirma que disponibilizou um “fundo especial no valor US$ 10 milhões para motoristas parceiros diagnosticados com o vírus”. A medida foi adotada tanto no Brasil quanto em outros países em que a doença foi registrada e há a atividade da plataforma. De acordo com a multinacional, os condutores recebem constantes mensagens via aplicativo para informar parceiros sobre a doença e formas de prevenção.
A Cabify afirmou ao Jornal de Brasília que criou um “comitê de trabalho específico para garantir o monitoramento adequado do coronavírus”.
O posicionamento do novo setor é baseado nas “recomendações das administrações públicas dos países que atua, autoridades de saúde e organizações de referência (OMS)”.

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