Coronavírus: Secretaria aguarda insumos do governo federal para realizar exames no DF



A Secretaria de Saúde (SES) espera receber, nesta quarta-feira (11), os insumos necessários para realizar exames que confirmem diagnóstico de infecção por coronavírus na capital. Dessa forma, o Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen-DF) poderá fazer o diagnóstico, sem a necessidade de contraprova. Atualmente, as amostras são analisadas no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
“O Lacen já realiza exames de biologia laboratorial, e o do coronavírus começa a ser feito imediatamente também, sem mudar o protocolo inicial”, explica o infectologista Eduardo Hage, da SES.
O médico lembra que o procedimento adotado para todas as situações é o exame em pacientes considerados suspeitos, como pessoas com algum histórico de viagem internacional ou que tenham tido contato com essas outras que viajaram e que são casos confirmados ou suspeitos.
As informações foram divulgadas durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11), no Salão Branco do Palácio do Buriti. Participaram do pronunciamento o secretário de Saúde, Osnei Okumoto; o secretário-adjunto de Saúde, Ricardo Tavares; o presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), Francisco Araújo; o infectologista Eduardo Hage e o chefe da Casa Civil, Valdetário Monteiro.
Segundo caso 
A SES confirmou, nesta quarta, o segundo caso de coronavírus no DF. Trata-se do marido da paciente de 52 anos que também está com a doença. A pasta informou que ele deve ficar em isolamento domiciliar durante 14 dias, caso não apresente sintomas.
Segundo o secretário Osnei Okumoto, o homem usava todo o suporte para ficar em contato com a esposa, mas foi avisado do risco de contaminação e da necessidade de realização do exame, pois eles tiveram contato direto durante a viagem. “É uma particularidade clínica diferente do primeiro caso; não foi uma transmissão local”, informa.
Em portaria publicada no Diário Oficial desta quarta, a SES proibiu visitas nas unidades de internação e Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) a paciente diagnosticados com a doença. A medida visa conter a proliferação do coronavírus. Entre as várias considerações destacadas pela pasta, está a insuficiência de dados científicos sobre a doença.
De acordo com o secretário-adjunto de Saúde, o órgão continua com o protocolo de busca de pessoas com quem os pacientes tiveram contato, seja durante a viagem ou na chegada ao país. A lista de passageiros que compartilharam os voos foi solicitada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Mesmo com o segundo caso confirmado, reforça o secretário Osnei Okumoto, não há motivo para pânico. “Medidas de vigilância e saúde estão sendo tomadas para resguardar tanto os profissionais da saúde que estão em contato com os pacientes quanto a população, com equipamentos de proteção”, informa. “Continuamos no mesmo nível. Comitês se reúnem diariamente para traçar metas”.
A recomendação preventiva é fortalecer a higiene, com lavagem frequente das mãos com material adequado (água e sabão ou álcool gel) e manter a chamada etiqueta respiratória – com cuidados para conter o espirro –, especialmente em épocas sazonais de gripes. De acordo com o secretário, não há diferença na atuação clínica do coronavírus em comparação com outros casos sazonais de influenza.
Primeiro caso 
A esposa do paciente de 52 anos foi o primeiro caso confirmado de infecção por coronavírus na capital. Internada desde o dia 6 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da área isolada para tratar da doença no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), ela conta com uma equipe exclusiva de atendimento. Desde que foi transferida do centro de saúde particular, a paciente teve melhora no quadro, mas voltou a piorar. A situação é agravada por doença preexistente.
A mulher esteve recentemente com o marido no Reino Unido e na Suíça. Começou a apresentar os sintomas em 26 de fevereiro e deu entrada no pronto-socorro de uma unidade particular sete dias depois, com febre, tosse e secreções. Lá, ela testou positivo para coronavírus e chegou a ser internada na UTI, mas foi removida para o Hran depois de o hospital privado informar que não estaria preparado para atuar no caso. Amostras enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, confirmaram o diagnóstico.

De acordo com o infectologista Eduardo Hage, o agravamento da situação da paciente se deu pela doença preexistente. Não fosse por isso, conforme o protocolo internacional, ela poderia estar em isolamento domiciliar ou internada em leito comum. Quando deixou o hospital particular, a paciente não estava entubada – condição à qual precisou voltar, no Hran, onde, após teve leve melhora, voltou a piorar.
O Hran é unidade habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratamento e possui um andar isolado exclusivo, onde a paciente está internada a paciente.
Alerta, mas sem pânico
A SES concedeu entrevista coletiva para tratar do tema antes mesmo de o diagnóstico ser confirmado. O infectologista Eduardo Hage esclareceu que a pasta deu início ao protocolo de busca de pessoas com quem a paciente teve contato, seja durante a viagem, seja na chegada ao país.
Ela teve contato direto com dois familiares, que receberam recomendação de isolamento domiciliar. A lista de passageiros que compartilharam os voos foi solicitada à Anvisa. “Todos serão monitorados, acompanhados e, quando necessário, terão amostras colhidas e analisadas”, relata o médico, segundo o qual a notícia não justifica pânico: “Não há motivo para reação exacerbada. Tratamos o caso como importado, e não há transmissão local no DF”.

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