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Samambaia lidera com 242 carros roubados de janeiro a maio de 2019



Todos os dias, quase 10 brasilienses perdem os veículos por causa da ação de bandidos armados. Balanço da Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostra que, no primeiro semestre do ano, 1.713 veículos foram roubados na capital. Eles são adulterados e vendidos em outras unidades da Federação, usados para dar suporte à prática de crimes ou desmontados para revenda ilegal das peças.
MAGIC CAR
Samambaia lidera as estatísticas desse tipo de crime, com 242 casos de janeiro a maio. Em seguida, aparece Ceilândia, com 224 ocorrências no mesmo período. Taguatinga (211), Santa Maria (111) e Recantos das Emas (91) fecham o ranking das cinco cidades mais visadas para roubo de veículo na capital federal. No geral, os dados caíram 17,8% em relação ao mesmo período do ano passado (leia abaixo).


Foi justamente em Samambaia que o assessor parlamentar Djan Moreno, 31 anos, teve o carro roubado. Ele deixava uma colega de trabalho na estação do metrô Furnas por volta das 22h, quando foi surpreendido por dois criminosos armados. “Tentei negociar, pegar pelo menos meu celular, mas não deram brecha. Gritei por socorro quando eles fugiram e vários comerciantes da região me ajudaram. Disseram que esse tipo de crime ocorre quase todo dia naquele mesmo estacionamento. Sem policiamento, fica fácil”, critica.


Djan chamou a Polícia Militar e registrou ocorrência. Mas, segundo ele, na noite do crime, a procura pelo carro só foi feita por ele e um lojista, que se solidarizou. “Ficamos circulando pelas imediações, mas não encontramos. Agora, o jeito é gastar quase duas horas para chegar de ônibus em casa ou contar com a carona de amigos”, lamenta. A angústia de Djan é maior porque, com a espera do segundo filho, precisou reorganizar as finanças da família e não conseguiu pagar o seguro pela primeira vez desde que adquiriu o veículo, em 2016.

A apólice dos seguros de automóveis sofreu um aumento de 6% a 9% em 2019. A atualização na tabela de preços leva em conta as estatísticas criminais e de trânsito, além do perfil do usuário e as correções de acordo com a inflação e os impostos. É o que explica João Pereira da Silva, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros, Empresas Corretoras de Seguros, Capitalização e Previdência Privada no DF (Sincor/DF). “Quando as estatísticas (de criminalidade) do ano anterior são altas, isso significa dizer que as seguradoras precisam recuperar os valores pagos ao longo dos meses para equilibrar as contas. Não se trata de reserva de mercado e acaba sendo prejudicial para o cliente, que sente o aumento no bolso, e para as seguradoras, que, muitas vezes, perdem a renovação do contrato”, explica João.


Veículos recuperados


Sem seguro, quem também precisou torcer para encontrar o Corsa levado por ladrões da frente do condomínio onde mora, em Vicente Pires, foi o contador Dourival Morais, 62. Ele havia comprado o carro menos de uma semana antes do crime. “Não deu nem tempo de instalar o alarme, reforçar as travas do volante. Registrei o boletim de ocorrência e, três dias depois me ligaram, dizendo que o tinham achado”, afirma.


Mas a alegria de ter de volta o bem durou pouco. Do automóvel — abandonado em uma estrada de terra no Assentamento 26 de Setembro, em Taguatinga — só sobrou a carcaça e o motor. “Estava todo depenado. Levaram para-choque, bancos, capô, som. Ainda estou trabalhando aos poucos para comprar as peças. Como não tinha seguro, foi bom pelo menos conseguir parte dele, mas recuperar é uma palavra muito forte”, pondera o contador.

De janeiro a junho, a Polícia Militar encontrou 1.450 veículos roubados ou furtados. O montante, no entanto, não especifica as condições em que o automóvel foi encontrado e não deve ser relacionado ao número de furtos e roubos no primeiro semestre, pois os carros encontrados pela corporação podem ter sido alvo de criminosos em anos anteriores ou terem vindo de outras unidades federativas.
 Mesmo assim, o porta-voz da PM, major Michello Bueno, garante: “A maioria dos carros recuperados estão em perfeito estado. Quando as equipes encontram um veículo roubado em circulação, é feito o acompanhamento e o cerco, de maneira a estimular que o criminoso abandone o carro e não inicie uma perseguição”. Segundo Michello, mais de 60% dos automóveis voltam para os donos. “Não há vantagem em ir ao local do crime, de imediato. Normalmente, o criminoso leva o produto para outra região; por isso, é necessária uma mobilização de todo o perímetro. A eficácia da polícia é percebida na comparação com os números do ano passado”, detalha o major.

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