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Espetáculo que destaca infância de Guimarães Rosa chega ao Imaginário Cultural, em Samambaia

Com dramaturgia e direção de Ana Flávia Garcia e elenco formado pelas atrizes Marilia Cunha e Nadja Dulci, a companhia de teatro Rainha de Copas estreia no próximo dia 12 de janeiro o espetáculo “João, Joãozinho, Joãozito”, que conta a infância do escritor João Guimarães Rosa, o menino introspectivo e imaginativo que se tornou um dos mais importantes escritores brasileiros do Século 20 de renome mundial.
A peça, inspirada na obra homônima do escritor de livros infanto-juvenis Cláudio Fragata, vencedor do Prêmio Jabuti de 2014, circulará pelo Distrito Federal, com apresentações nos dias 12 e 13 de janeiro (sábado e domingo), às 16h, no Teatro Lieta de Ló (Planaltina), com entrada franca.
Nos dias 19 e 20 de janeiro, (sábado e domingo) às 16h, no Espaço Imaginário (Samambaia), também com entrada franca. Encerrando a temporada, nos 26 e 27 de janeiro e 2 e 3 de fevereiro (sábado e domingo), as apresentações acontecem no Teatro Mapatí (Asa Norte), ingressos a R$ 20,00 (a meia-entrada para estudantes, menores de 12 anos e maiores de 65 anos R$ 10,00). A classificação indicativa é livre para todos os públicos.
O espetáculo “João Joãozinho Joãozito” é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal.As atrizes Marilia Cunha e Nadja Dulci se revezam na interpretação do menino João e de Miguilim, personagem infantil de Guimarães Rosa que se encontra com seu criador criança e se torna o companheiro de aventuras solitárias.
A representação da criança se transforma e se alterna no palco, fugindo do estereótipo do menino em uma visualidade que se constrói a partir do olhar do espectador. “A criança não racionaliza como o adulto”, afirma Marilia Cunha. “Ela ressignifica as situações ao acessar sentimentos vividos, entendo que pode se colocar no lugar da personagem e se transportar para o universo dela, que é muito parecido ao de qualquer criança que tem tempo para divagar e imaginar outros mundos”, completa Nadja Dulci.
Entre bois, pastos, formigas, trens, a casa, o armazém da família e livros em Cordisburgo (MG), a dramaturga e diretora Ana Flávia traduz para o palco as aventuras, a imaginação e as sutilezas de um menino que observa o espaço ao seu redor e descobre o mundo, que ele retrataria em um futuro próximo em sua vasta produção literária, em especial no clássico universal “Grande sertão: Veredas”.
Para apresentar a história do “menino flor, menino rosa… João Rosa” ao público de todas as idades, Ana Flávia buscou uma linguagem minimalista, envolvente e sensorial, que mescla falas, fisicalidade das atrizes e sons do sertão mineiro, que dialogam com o cenário, assinado pelo cenógrafo e diretor Jonathan Andrade, pela iluminação, da diretora de iluminação Ana Quintas, e o figurino criado por Vanderlei Costa.
“Quando criança, João Guimarães pôde dedicar-se às delicadezas, brincando com carrinhos de lata, esperando a boiada passar. A dramaturgia respeitou essa sutileza para construir uma narrativa que convida o público para revelar em conjunto esse criador que também é criatura”, afirma a diretora.
As falas são organizadas em blocos narrativos que reúnem trechos do texto de Cláudio Fragata, citações de Guimarães Rosa e texto de Ana Flávia, permeados pela trilha sonora criada pelo músico Léo Terra. A sonoplastia que acompanha o espetáculo traz sons de sinos, vento, pasto bois, apitos entre outros e músicas criadas pelo músico em parceria com Ana Flávia e a canção original composta entre a diretora e Alessandro Lustosa, tendo o som da rabeca e da viola como elementos que trazem a memória do sertão para o palco.
Ana Flávia ressalta que ao longo do processo de criação, ficou claro que o minimalismo seria o estilo preponderante para acessar todas as camadas de significação da obra. Atrizes, trilha sonora, cenário, iluminação e figurino são elementos à serviço da dramaturgia.
As diferentes técnicas dialogam muito no sentido da simplicidade. “É uma decisão política de usar o mínimo de elementos: sem sobras nem arestas para aparar. A única literalidade será a presença de dois livros usados em cena. É uma simbologia por trás das escolhas”, diz a diretora.
E ressalta: “O momento que vivemos hoje, com falta de estímulo para a leitura, a crise das livrarias, leva a essa presença material única”.  A luz entra como parte importante da cenografia, fortalecendo o conceito mínimo. “Se tivermos um chão e um céu já está resolvido: um grande pasto verde e um céu nublado e um menino no meio”, completa.
 Programação paralela
Como parte da programação do espetáculo, no dia 26 de janeiro, às 10h, o escritor Cláudio Fragata lançará o livro “João, Joãozinho, Joãozito, o menino encantado” e falará com o público na Banca da 308 Sul, a Banca da Conceição. O Encontro com o escritor tem participação aberta ao público e classificação é livre para todos os públicos.
Sobre a Rainha de Copas
A companhia teatral Rainha de Copas foi criada pelas atrizes Marilia Cunha e Nadja Dulci como forma de dar continuidade a suas pesquisas em linguagem. Desde 2016, a companhia realiza estudos em dramaturgia e atuação. O espetáculo “João, Joãozinho, Joãozito” é o primeiro projeto realizado pela dupla.
Sobre o livro “João, Joãozinho, Joãozito – o menino encantado”
Baseado em minuciosa pesquisa, Claudio Fragata reconstrói a infância do escritor mineiro, dividida entre Cordisburgo e Belo Horizonte. Conta também a infância de outro garoto, Miguilim. Só no final é que o leitor descobre que um é de carne e osso e o outro, inventado. Com ilustrações de Simone Matias, é publicado pela Galerinha Record, da Editora Record.
Cláudio Fragata é escritor de livros infantis e juvenis, jornalista e professor de escrita criativa brasileiro. Ganhador do 56º Prêmio Jabuti 2014 com o livro Alfabeto Escalafobético. Jornalista, ainda na faculdade escreveu roteiros para o fanzine Boca, que durou apenas duas edições. Começou a carreira de jornalista como estagiário do Jornal da Tarde, em 1971. Passou por importantes veículos da imprensa, como as revistas Globo Ciência, Galileu (revista) e Gula (revista), além de fazer colaborações eventuais em Raça, Crescer, Focinhos, Chiques e Famosos e outros veículos. Na Divisão Infantil e Juvenil da Editora Globo, nos anos de 1980, aproximou-se do público jovem, organizando e editando a coleção Manuais da Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa, na qual incluiu poemas de autores consagrados, como Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes. Em 2000, trabalhando como editor da revista Recreio (revista), da Editora Abril, publicou dezenas de contos e poemas que fizeram sucesso junto às crianças, ganharam elogios da escritora Tatiana Belinky e chamaram a atenção da diretora editorial do Grupo Record, Luciana Villas-Boas, que o convidou a publicar seu primeiro livro, “As filhas da gata de Alice moram aqui”.
João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), é resultado da junção de Cordis – coração em latim – e Burgo – do alemão, cidade -, ou Cidade do Coração. Depois de passar a infância na cidade, seguiu para Belo Horizonte para frequentar a escola.  Formou-se médico, foi diplomata, contista e romancista.  Sua obra destaca-se pela linguagem, influenciada pelos falares regionais do sertão mineiro e pela complexidade das personagens que criou. Entre seus principais livros, estão “Sagarana”, “Corpo de Baile” e “Grande Sertão: Veredas”, considerada uma obra prima mundial.
Serviço:
João, Joãozinho, Joãozito
Espetáculo da companhia de teatro Rainha de Copas
Direção e dramaturgia | Ana Flávia
Elenco | Marilia Cunha e Nadja Dulci
Cenografia | Jonathan Andrade
Iluminação | Ana Quintas
Direção musical | Ana Flávia Garcia
Trilha sonora | Léo Terra
Canção original | De Ana Flavia Garcia e Alessandro Lustosa
Figurino | Vanderlei Costa
Duração | 50 minutos
Facebook | @teatrojoaozito
Instagram | @joaojoaozinhojoaozito
Temporada Samambaia |19 e 20 de janeiro, sábado e domingo
Horário 16h
Duração | 50 minutos
Local | Espaço Imaginário
Endereço | QS 103 Conjunto 05 – Lote 05
                 Samambaia Sul – DF
Telefone |(61) 3013-1610
Entrada | Franca
Lotação | Sujeito à lotação / 40 lugares
Classificação indicativa | Livre para todos os públicos
Acesso para pessoas com deficiência
Reserva de ingressos | Até 1 dia antes do espetáculo
 Confirmação de reservas até 30 minutos antes do espetáculo
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