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Morre aos 101 anos idosa que comoveu Samambaia com uma linda história de amor



Faleceu a dona Sebastiana que teve sua história de vida compartilhada após ela e o marido, Francisco, ficarem internados juntos no Hospital de Samamabaia.

“Prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe”. Apesar dos votos ditos no dia do casamento, o amor não se separa quando a morte chega. E assim será até que seu Francisco Fernandes de Alencar, 103 anos, se encontre novamente com Sebastiana Coelho de Matos, de 101 anos, em outros planos. A partir de hoje, porém, ele terá que ser firme para trilhar o resto de sua vida sem a presença de sua eterna companheira.

Bastiana, como era chamada por Francisco, faleceu nesta terça-feira (11). Ela sofria de Alzheimer e, há vinte dias, foi diagnosticada com uma doença no pulmão. “O pulmão perdeu a capacidade gasosa e ela estava bastante ofegante. Ela voltou para casa com sonda nasoenteral (meio de nutrir um paciente que não consegue mais se alimentar) e com balão do oxigênio”, conta a neta e enfermeira Jane Ester Alencar.

Nesta terça-feira, Sebastiana acordou fraca. “Os órgãos não estavam trabalhando direito mais. Foi falência dos órgãos”, lamenta. Agora à tarde, a família toda estava reunida para ainda comunicar a Francisco da morte da mulher.

Apesar do momento de tristeza, Jane acredita que a avó cumpriu sua missão na Terra. “Foi valente até a morte. Fica para gente um exemplo de paciência, tolerância e de amor, porque ela era tudo isso”, afirma a neta.

O velório da centenária está marcado para amanhã (12), a partir das 12h, no Cemitério de Taguatinga.

Relembre a história

Internados na enfermaria do Hospital Regional de Samambaia, em abril, seu Francisco Fernandes de Alencar e da dona Sebastiana Coelho de Matos foram exemplo para toda a capital do sentimento tão genuíno que tinham um pelo outro. Até mesmo dentro do quarto de um hospital, os dois não se desgrudaram.

Na época, Sebastiana apresentou hiperglicemia. Precisou ser internada. Em casa, Francisco se recuperava de uma forte gripe, mas sentiu falta da esposa e começou a ter problemas nos rins. Então, seguiu para o hospital. “Chamamos o Samu e a vaga que tinha era no Recanto das Emas. Mas quando o motorista soube que a vó estava no HRSam, ele seguiu para lá, para saber se aceitavam”, contou a neta Jane Ester Alencar Alves, 42, ao Jornal de Brasília.

Francisco sempre se mostrou preocupo com a esposa. No hospital, perguntava se ela já tinha comido, se estava dormindo. Até no dia que receberam alta, ele sugeriu qual seria o cardápio da comida quando chegasse em casa e que “Bastiana” também teria que comer.

Aos 19 anos, Francisco saiu do Maranhão para ganhar a vida. Trabalhador rural, encontrou na fazenda do pai de dona Sebastiana a oportunidade de um emprego e sustento. “Só que quando ele viu minha avó, se apaixonou à primeira vista. Ele não teve coragem de chegar nela, porque dizia que não tinha condições e que ela não o merecia. Mas uma tia da minha avó percebeu e se tornou a ‘cupida’. Incentivou o meu avô a falar com ela”, diz a neta.

O que conquistou Sebastiana foram os olhos azuis de Francisco. Mas seu pai não concordava com o namoro. “Meu bisavô não aceitou. Dizia que minha avó tinha posses e ele, nada. Só que, com a ajuda da tia, eles planejaram uma fuga e se casaram”.

Era 1936 quando saíram do interior de Goiás rumo a uma vida toda juntos. A primeira parada foi justamente em uma igreja onde selaram as juras de amor eterno. “Quando meu bisavô descobriu, deserdou minha avó”, afirma Jane. “Voltaram à fazenda em 1961, quando tiveram a última filha, mas meu bisavô já tinha morrido”, completa.

Aqui na capital, construíram uma grande família: são 12 filhos, aproximadamente 50 netos, 40 bisnetos e oito tataranetos.

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