Logo do HTML Dog

Mãe pede ajuda para filhos

 rotina no lar da família Alves é de luta. A mãe,  Linda Mar Miranda Alves da Silva, 58 anos, faz de tudo para manter sozinha a casa e cuidar dos quadrigêmeos de 18 anos Marta Alves Lima dos Santos, Rebeca Alves Lima dos Santos, Davi Alves Lima dos Santos e Ester Alves Lima dos Santos, e de Lídia Candida, 82 anos, portadora de Alzheimer abandonada pela família. À exceção de amor, eles carecem de tudo. Falta dinheiro para comida, dinheiro, roupas. Todas as contas estão atrasadas.
Assim como a idosa, acolhida por Linda Mar, poucos meses após o nascimento dos filhos, em 2000, as crianças são doentes. Todas nasceram com lesão cerebral. “Eu só tenho a agradecer a Deus. Eles vieram ao mundo com seis meses de gestação e ficaram 150 dias internados na UTI”, lembra a mãe. Ela deu à luz cinco bebês. Um delas, Sara, morreu um dia após o parto. O Correio acompanha a história da família desde o início.
O dia na casa de Linda Mar começa cedo. Ela acorda às 6h para colocar as coisas em ordem. “Arrumo os cômodos e lavo as roupas enquanto eles dormem”, conta a mulher. Os adolescentes começam a acordar às 10h, menos Ester, que, por dormir mais tarde, se levanta na hora do almoço. Na parte da tarde, Rebeca e Marta estudam no 7º ano em colégio normal com turma reduzida. Os outros dois ficam em casa.
Linda Mar leva Ester à fisioterapia no turno vespertino. “Ela não mexia nada. Com os estímulos, senta sozinha, bate palma e chama ‘mamãe’”, comenta, empolgada, Linda Mar. À noite, é hora de fazer as tarefas da escola e também de se divertir. “A gente assiste a filme, brinca e sorri. A gente sorri muito”, ressalta a mãe.
Necessidades
Apesar da felicidade de Linda Mar ao lado dos filhos, a família precisa de itens básicos para a sobrevivência. A lista é extensa: alimento, fralda e remédios controlados. “Meus filhos não jantam, porque, senão, para o outro dia, ficamos sem ter o que comer,” lamenta a genitora. O aluguel da residência, a água e a luz estão atrasados. As doações são fundamentais. A renda da família vem, principalmente, do auxílio que Davi e Ester recebem. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), garante um salário mínimo mensal (R$ 954) para pessoas com deficiência.
Davi não fala e anda com dificuldade. Ele tem o lado esquerdo do cérebro paralisado. “Ele sofre com convulsões perigosas desde os 15 anos, começa a babar e a se bater. Eu tenho que chamar socorro, porque não dou conta sozinha”, ressalta Linda Mar.
Rebeca tem dificuldade de crescimento e na fala. Marta começou a desmaiar no colégio e descobriram que ela também tem convulsão. Ester tem escoliose, hidrocefalia, não anda e está com cisto no ovário, o que ocasiona hemorragia. Segundo a mãe, ela teve mais de 300 pneumonias e 2 mil convulsões.
Linda Mar improvisa na hora do banho de Ester, por não conseguir comprar uma cadeira de rodas adaptada. “A levo para o quarto, pego a banheira e coloco em cima da cama. É assim todo dia.” A coluna da jovem está comprometida e não pode operar por haver risco de morte. “O médico falou que tem 90% de chance de ela morrer. Então, preferi deixar a minha filha viva”, comenta a mãe. As crianças recebem acompanhamento na Rede Sarah.

Linda Mar também tem problemas de saúde. “Tenho hérnia na barriga, cisto e mioma no ovário, sinto dor no braço, meu joelho já está sem cartilagem”, enumera. Por falta de dinheiro, ela não compra os remédios de que precisa. “Tem quase um ano que eu não tomo a medicação necessária.”
Inspiração 
Apesar de todas as dificuldades, de financeira à saúde, Linda Mar agradece a vida que tem. “A gente passa o dia todo sorrindo. Vivo por eles e sou muito feliz, de todo o coração.” O maior sonho da mãe dos quadrigêmeos é dar uma vida melhor aos filhos e, para isso, entre outras coisas, ela gostaria de ganhar uma máquina de fazer fralda descartável, que serviria tanto para economia da família, visto que Ester necessita usar o utensílio, quanto para garantir uma renda extra. “A gente pode vender as fraldas que fabricar. Isso vai ajudar muito em casa”, observa a mãe.Ela também gostaria de passear mais com a prole, levá-los para fazer compras no shopping, porém, como o dinheiro é pouco até para os alimentos, as vestimentas, por exemplo, ficam para segundo plano. “Faz tempo que eles não ganham roupas. Eu não quero riqueza, quero uma vida digna e muita saúde pros meus filhos.”

Correio Braziliense, DF
Share on Google Plus

About CRIATIVO PUBLICIDADE

0 comentários:

Postar um comentário