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Pacientes do DF viram reféns do jogo de empurra entre hospitais e UBSs

FÊNIX
Há dois anos, o GDF iniciou um projeto de remodelação no sistema de atendimento na saúde pública local. O objetivo, segundo o governo, era desafogar a demanda nos hospitais regionais. Para isso, foi determinado que a atenção primária seria feita nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Entretanto, na avaliação de pacientes e servidores, a estratégia agravou os problemas existentes e criou outros.
Por falhas na orientação, doentes padecem todos os dias nas diferentes regiões administrativas, sem saber a qual instituição recorrer em cada situação. Devido a esse impasse, a população se vê em um jogo de empurra entre os hospitais regionais e as UBSs.
Fui a Taguatinga, Ceilândia, ao Guará e Gama até que meu filho fosse atendido, no Hospital da Criança de Brasília. Só consegui porque ele estava com 40 graus de febre”, conta a manicure Raquel Pereira de Oliveira, 30 anos, moradora de Ceilândia.
No mês passado, o filho caçula de Raquel, 3, teve uma das recorrentes crises de bronquiolite (doença respiratória causada por infecção viral). Como reação imediata, a mulher o levou a um hospital regional. Mas, segundo contou, recebeu a informação de que não havia vaga nas emergências desse tipo de unidade.
Também em julho, o menino contraiu sarampo. Ele está curado e, agora, recebe acompanhamento na UBS 10 de Ceilândia. Apesar disso, Raquel ainda demonstra confusão sobre o atendimento. “Ficamos num ‘vai e volta’. É complicado, porque não tenho condições de pegar ônibus com meu filho mal”, reclama. A mãe da criança se queixa ainda de mau-trato dos profissionais, o que, conforme ela, culmina na falta de orientação adequada dos pacientes.
Sem acompanhamento na reta finalGrávida de nove meses, a pedagoga Poliana Araújo, 25, relatou dificuldade em continuar o acompanhamento pré-natal na rede pública. A penúria dura um mês. Antes disso, de acordo com a gestante, o atendimento transcorria normalmente. “No quinto mês de gravidez, descobri diabetes. Fui à UBS 7 de Taguatinga, onde o médico fez encaminhamento para eu ir à emergência do hospital regional da cidade [HRT]”, conta.
Poliana, então, recorreu ao HRT. Mas, conforme afirma, não tem recebido atendimento nem na unidade nem na UBS. Retornou ao centro de saúde, localizado a três quadras de onde mora, na última quinta-feira (2), em situação de desespero, pois o parto está próximo: a previsão para ela dar à luz é 20 de agosto. A mulher se queixou de dores no corpo, principalmente nas costas, e edema nos pés causados pela diabetes gestacional.
“Vim pela última vez em 23 de julho, remarcaram a consulta para hoje [quinta]. Falaram que não tinha médico na equipe. Isso me atrapalha no meu serviço e no do meu marido também. É ele quem me traz”, lamenta. “Dependo de posições dos médicos. Tanto do HRT quanto da UBS”, afirma Poliana.
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