Você pode não se dar conta, mas discussões de casal diante dos filhos podem marcá-los para sempre. Foi exatamente isso o que aconteceu com Paula (que prefere não revelar o nome), relações-públicas que mora em São Paulo e tem 30 anos. Emocionada, ela garante não acreditar mais no amor. Para ela, um dos motivos de sua vida amorosa ser tumultuada é resultado dos exemplos que teve em casa: constantes confrontos dos pais e a separação dos dois.
“Eles acabaram com o casamento deles e eu com o meu, no ano seguinte. Fiquei tão passada quando descobri uma traição do meu pai que acabei fazendo do problema deles o meu. Conclusão: meu ex não aguentou tanta pressão”, resume. Namorando há três anos outra pessoa, Paula diz ter a impressão de que a relação não vai decolar. “Quando me lembro das brigas que presenciei na minha infância e na adolescência, acho que não casarei e nem terei filhos”, diz ela, que afirma lutar contra esses pensamentos, mas é difícil não associar família a um ambiente conturbado.
“Eles acabaram com o casamento deles e eu com o meu, no ano seguinte. Fiquei tão passada quando descobri uma traição do meu pai que acabei fazendo do problema deles o meu. Conclusão: meu ex não aguentou tanta pressão”, resume. Namorando há três anos outra pessoa, Paula diz ter a impressão de que a relação não vai decolar. “Quando me lembro das brigas que presenciei na minha infância e na adolescência, acho que não casarei e nem terei filhos”, diz ela, que afirma lutar contra esses pensamentos, mas é difícil não associar família a um ambiente conturbado.
Para Lidia Weber, professora e pesquisadora da UFPR, pós-doutora em desenvolvimento familiar, o comportamento dos pais tem sido um dos principais temas de pesquisa em relacionamento familiar nos últimos tempos, em todo o mundo.
“Sabemos, com certeza, que não basta ter ótimas práticas educativas. Os pais também devem ter bom relacionamento entre eles”, explica a especialista. “Uma abordagem integrativa e interdisciplinar inclui três relações de influências mútuas em uma família: mãe-filhos, pai-filhos e relação conjugal.”
“Sabemos, com certeza, que não basta ter ótimas práticas educativas. Os pais também devem ter bom relacionamento entre eles”, explica a especialista. “Uma abordagem integrativa e interdisciplinar inclui três relações de influências mútuas em uma família: mãe-filhos, pai-filhos e relação conjugal.”
Segundo Lidia, quanto mais os pais brigam entre si, mais a criança tem tendência de apresentar comportamentos denominados antissociais (brigar, mentir, praticar bullying, gritar etc.).
“Conflitos simples entre os pais não são apontados como problemas se o casal consegue resolver as diferenças. Porém, se as brigas continuam, podem levar a sinais de depressão, ansiedade e outros problemas transferidos às crianças”, explica.
“Conflitos simples entre os pais não são apontados como problemas se o casal consegue resolver as diferenças. Porém, se as brigas continuam, podem levar a sinais de depressão, ansiedade e outros problemas transferidos às crianças”, explica.
A professora realizou uma pesquisa –junto com sua assistente de mestrado em Educação, Gisele Stasiak– com 40 crianças entre 6 e 7 anos de idade, pais e professores. O estudo revelou dados curiosos sobre a influência conjugal na vida dos filhos. Veja o que foi detectado:
COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS DIANTE DA RELAÇÃO CONJUGAL DOS PAIS
Quanto melhor a interação familiar, menos estressante é a relação entre pais e filhos |
Quanto mais as crianças percebem a desarmonia dos pais, menos regras os adultos colocam e mais elas são consideradas "difíceis" por eles |
Quanto mais as crianças percebem um clima conjugal negativo, menor o índice de habilidades sociais |
Quanto mais estressante a vida do casal, mais frequentes as punições físicas em relação às crianças |
Crianças cujos pais têm uma relação harmônico têm melhores relacionamentos com os amigos |
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