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Suicídio: mais de 800 tentativas foram registradas este ano no DF

Neste ano, 804 pessoas tentaram cometer suicídio no Distrito Federal. Desses casos, 41 resultaram em mortes. As informações são do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Saúde. A depressão é apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das principais causas do fenômeno. Mais de 300 milhões de pessoas sofrem da enfermidade, que será a segunda maior causa de morte mundial por doença até 2020, atrás apenas de males cardíacos.
Para especialistas, o método mais efetivo para evitar que quadros depressivos cheguem a suicídio é falar sobre o fenômeno. Em Brasília, serviços de apoio psicológico como o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferecem escuta gratuita e sem julgamentos a qualquer pessoa — inclusive a sobreviventes de tentativas de suicídio e pessoas próximas — tanto pelo telefone quanto em encontros presenciais, sigilosos e em grupo.
Quebrar o tabu
“O melhor jeito de evitar que qualquer pessoa tire a própria vida é quebrar o mito de que falar sobre isso fará com que uma pessoa deprimida tenha a ideia de se suicidar”, defende a psicóloga especialista em prevenção do suicídio, Cristina Moura. “Falar abre a possibilidade de se obter ajuda”, acrescenta. Em segundo lugar, a dica é procurar ajuda especializada com psicólogos, psiquiatras ou ambos.
“Trabalhamos para evitar que a primeira tentativa aconteça, porque a partir da segunda, a letalidade sobe. O método se desenvolve”, destaca, mas pondera que os resultados com intervenções eficazes são muito bons. “Com tratamento adequado, maioria dos pacientes consegue resolver e entrar em remissão, quando não há mais o pensamento de morte”. Isso vale, inclusive, para quem nunca tentou cometer suicídio.
O fenômeno é multifatorial. “Como um copo que já está cheio e, por causa de uma gota d’água, transborda”, compara. Em cada pessoa, a capacidade de resiliência, de ter resolvido problemas prévios durante a vida, a existência de transtornos emocionais e luto são fatores que, juntos ou separados, podem ser de risco. A depressão não é determinante. “Nem toda pessoa com quadro depressivo cometerá suicídio”, esclarece a psicóloga.
Por meio do telefone 188, o CVV oferece apoio de graça, 24 horas por dia. A filosofia é simples: ouvir sem julgar. “É um diálogo compreensivo, no qual a pessoa pode manifestar suas angústias e alegrias”, conta a voluntária Leila Herédia.
O serviço é ampliado a quem sobreviveu a uma tentativa de suicídio, a amigos e familiares. No Grupo de Apoio aos Sobreviventes de Suicídio (GASS), a troca de experiências é um trunfo.
“O fato de poder trocar acaba favorecendo que a pessoa se abra e, como em um espelho, se veja no outro”, avalia Leila. Nos encontros, a identidade das pessoas é preservada — fator que contribui para a efetividade.
Para outro voluntário, Gilson Aguiar, os benefícios de fazer esse trabalho há 17 anos se estendem a ele próprio. “Aprender a acolher faz a diferença para todos os envolvidos. A escuta participativa pode ser aplicada em todas as áreas da vida”, afirma.
Os voluntários dedicam cerca de quatro horas da semana a atender ligações, que podem chegar a 10 em um dia. Em toda a rede CVV no DF, são 300 ligações diárias. No Brasil, o número chega a sete mil. “Quando ouvimos que alguém se sente melhor depois de conversar conosco, nosso trabalho está feito”, diz Gilson. (Colaborou Jéssica Antunes)
Saiba Mais
» A depressão é um transtorno comum no mundo todo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas sofrem dessa enfermidade. A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. A longo prazo, pode causar grande sofrimento e disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar. Na pior das hipóteses, pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano. Essa é a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

Serviço
Grupo de Apoio aos Sobreviventes de Suicídio
Reuniões: última quinta-feira do mês
Horário: das 18h45 às 20h45
Local: Na Asa Norte, na EQN 303/304 Norte (Igreja de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito) e em Taguatinga, na QNJ Área Especial 06 (Casa do Caminho)
CVV
Telefone: Ligue 188
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