PMSC vai abrir processo contra policial que participou de vídeo assediando russa


Depois de a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pernambuco divulgar uma nota repudiando a atitude de um advogado diante de uma torcedora russa, na Copa do Mundo, mais um dos envolvidos no episódio pode ter problemas no trabalho. O vídeo, que viralizou na internet nos últimos dias, mostra um grupo de brasileiros ensinando uma russa a repetir palavras de baixo calão. Com a repercussão, a Polícia Militar de Santa Catarina anunciou que um dos homens trabalha na corporação e que ele será submetido a um processo administrativo disciplinar.

Em nota, a PMSC não divulga o nome do policial, mas diz que a atitude "é incompatível com a profissão e o decoro da classe." Afirma, ainda, que ele deverá ter o comportamento analisado, "independentemente de estar em período de férias, folga de serviço ou qualquer outra situação de afastamento."
No vídeo, a russa, que não entende o que repete em Português, acompanha o grupo. A ação foi repudiada por diversos internautas. Entre eles, várias famosas, como a apresentadora Fernanda Lima, a atriz Bruna Linzmeyer e a cantora Ivete Sangalo. "Não é engraçado. É machismo. Misoginia. E vergonha. Muita vergonha", diz o texto da campanha, que é acompanhado pelas hashtags #MachismoNaCopa e #NãoPassarão.

Também têm se espalhado nas redes mensagens que sugerem que os brasileiros peçam à Embaixada do Brasil em Moscou que expulse do país o grupo que aparece no vídeo. Para que isso, aconteça, porém, seria necessária uma representação por parte da vítima. Procurado pela reportagem, o Itamaraty ainda não se pronunciou sobre o episódio.

OAB

Um dos torcedores do vídeo é o advogado Diego Valença Jatobá e, por isso, a OAB de Pernambuco emitiu uma nota repudiando a atitude. "A preconceituosa atitude é causa de vergonha para todos nós, brasileiros, e vai na contramão do atual contexto de luta contra a desigualdade de gênero, em que cada dia mais as instituições públicas e privadas estão em busca de soluções conjuntas para que nenhuma mulher sofra qualquer tipo de violência ou discriminação pelo fato de ser mulher", diz o documento. 
 

Senado e Ministério do Turismo

A ação dos brasileiros também foi repudiada por entidades públicas. A Procuradoria Especial da Mulher no Senado disse que "o grupo de torcedores envergonha nosso país". "Eles se aproveitaram do fato de a mulher não compreender nosso idioma para humilhá-la e ridicularizá-la. Postado na internet, o fato multiplica a gravidade da cena, que mostra em poucos segundos porque as mulheres brasileiras têm razão em lutar contra ao machismo e uma realidade de estupros e feminicídios que os homens insistem em pintar de cor-de-rosa", diz a Procuradoria, que ainda pede que a "solidariedade coletiva feminina tranquilize e alivie o coração de nossa irmã estrangeira".
 
Já o Ministério do Turismo se manifestou para negar funcionários da pasta integrassem o grupo que aparece nas imagens, mas aproveitou para condenar a atitude: "o machismo e a misoginia não são aceitáveis sob nenhum aspecto, muito menos em um evento como a Copa do Mundo". 
 

Novo vídeo

Além das imagens que se tornaram mais famosas, um outro vídeo começou a circular nas redes sociais, com um brasileiro pedindo que um grupo de russas repetisse uma expressão de cunho sexual. O autor da ação foi identificado como Felipe Wilson, que trabalha como supervisor de aeroporto da companhia aérea Latam. Em nota, a empresa disse repudiar a atitude e afirmou que está "apurando os fatos".
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