Ninguém apagará a história que Roriz deixou em Samambaia e no DF


Joaquim Domingos Roriz entrará para a História de Brasília como o político que consolidou a Nova Capital da República além de mera sede do governo federal. Em seus quatro mandatos como governador, sua principal preocupação foi cuidar da maioria da população, exatamente aquela parte sem condição econômico-financeira privilegiada.É gente humilde que não esquece a atenção que recebeu do ex-governador.
Enquanto Juscelino Kubitscheck é celebrado como o criador e fundador de Brasília, Roriz é enaltecido como o governador que melhorou a existência de dezenas de milhares de habitantes. “Encontrei uma cidade com uma população de 1,2 milhão de pessoas, com mais de 200 mil famílias vivendo abaixo da linha de pobreza”, narrou o próprio Roriz em pronunciamento no plenário do Senado, em março de 2007.
Naquele pronunciamento, há 11 anos, ele agradecia ao também senador José Sarney, por tê-lo indicado governador quando não havia ainda eleição direta para governador do Distrito Federal.“Senti, então, a necessidade inadiável de implementar inúmeros projetos sociais para os que passavam fome, para os desempregados e para as crianças desnutridas”, afirmou, para justificar sua opção por programas sociais.
Em entrevista à revista IstoÉ, em 2005, Roriz relembrou sua visão de JK pela primeira vez, em 18 de abril de 1956. Ele estava no meio do povo que esperava JK no aeroporto de Goiânia. Mas a chuva fez o avião ir para Anápolis. “Lá mesmo o presidente assinou a mensagem, num botequim, enquanto eu e uma multidão ouvíamos pelo rádio, quase sem querer acreditar, que o sonho da nova capital estava virando realidade”, rememorou.
De acordo com Roriz, foi vivenciando o que era o sonho da construção de Brasília, que decidiu entrar para a política. A relação dele com Brasília começou na infância, quando ouvia histórias do pai, contando que a capital do País seria transferida para cá. E englobaria uma fazenda da família, o que acabou acontecendo. Foi uma coincidência em sua vida.
Por orientação do pai, Joaquim Roriz comandava a invernada, transferência de gado na estação seca do cerrado para onde havia água. Era uma propriedade da família que se chamava Águas Claras, onde o governo federal construiu a morada oficial do governador do Distrito Federal com o nome de Residência de Águas Claras.Ali ele morou mais de uma vez como chefe do Executivo local.
Há muitos outros pontos em comum entre as histórias de Brasília e de Joaquim Roriz. Por estar começando a atuar como empresário no fornecimento de areia extraída do Rio Corumbá para a construção da nova capital, ele trancou matrícula numa faculdade de Economia em Goiás. “Lembro do primeiro caminhão de areia para a obra do Palácio da Alvorada. Estava dentro da boléia com o motorista”, contou.
No discurso no Senado, Roriz disse que preservar Brasília também foi uma de suas preocupações, “o que implicava ser fiel à concepção da cidade proposta por Lúcio Costa e por Oscar Niemeyer”. Daí explicação para duas de suas obras“Foi seguindo esse caminho que construímos o Museu da República e a Biblioteca Nacional, projetados por Niemeyer, concluindo, assim, a Esplanada dos Ministérios”.
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