A população já sente no bolso o impacto da greve dos caminhoneiros. Alguns produtos já chegam à mesa do consumidor com um preço mais elevado como é o caso do frango, carne suína, ovos e leite.
Para a supervisora de pesquisa da Fundação Procon-SP Cristina Martinussi no último levantamento de preços semanal, o valor do frango subiu 12%, do leite 8,13%, a salsicha 7,41%, os ovos 6,62% e a linguiça 5,29%. “O impacto é maior no valor do preço do frango até porque era um produto que estava com os preços em queda”, explica.
Para a supervisora de pesquisa da Fundação Procon-SP Cristina Martinussi no último levantamento de preços semanal, o valor do frango subiu 12%, do leite 8,13%, a salsicha 7,41%, os ovos 6,62% e a linguiça 5,29%. “O impacto é maior no valor do preço do frango até porque era um produto que estava com os preços em queda”, explica.
Em maio, o quilo do frango inteiro era vendido por R$ 5,01. Na primeira semana de junho saltou para R$ 5, 61. “Houve um aumento de mais de 40% nos preços do frango no atacado. Os valores dos ovos chegaram a variar R$ 10 de uma semana para outra”, avalia Maristela de Mello Martins, a analista de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq-USP.
Antes da greve, o preço do frango estava em queda.
Com a paralisação dos caminhoneiros em maio, a ração não chegou até os criadores de animais e muitos não chegaram aos frigoríficos para o abate. Cerca de 30 milhões de aves morreram nesse período.
“Muitos frigoríficos foram obrigados a parar a produção, o que diminuiu a oferta de produtos no mercado”, diz Maristela. “Mas é preciso entender o cenário, o preço do frango estava em queda desde 2017, principalmente após o anúncio de embargo no mercado europeu. Algo semelhante ocorre no caso dos suínos, com o embargo da Rússia. A produção que não foi exportada também não foi absorvida pelo mercado interno, havia um excedente”.
Além dos fechamentos dos mercados internacionais, o setor também sofre com a alta do dólar. “Houve aumento no preço do milho e soja, base para a ração dos animais, tivemos aumento do custo”, observa Ricardo Santin diretor-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
imediatamente para o consumidor, mas a queda costuma vir a longo prazo”, observa Cristina, do Procon. No caso das carnes, os preços não devem voltar ao patamar de maio.
“Temos também a questão do tabelamento do valor do frete. No caso do setor agrário, o produtor gasta três vezes: para a ração, para o abate e para o produto final. Sem contar que os caminhões, por questões sanitárias, só podem carregar carga viva, se não houver negociação, teremos um impacto de 25% no valores,” diz Santin.
A APAS (Associação Paulista de Supermercados), por meio de nota, “alerta que os preços nos supermercados serão fortemente impactados pelo aumento em consequência do estabelecimento de tabela com preços mínimos para o transporte de cargas pelo governo”.
IPCA
Os impactos da greve dos caminhoneiros sobre o preço de carnes ainda não apareceram no indicador oficial da inflação brasileira, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os resultados mais recentes trazem valores para o mês de maio, quando a greve ainda estava em curso e o varejo trabalhava com os estoques obtidos antes da paralisação.
Segundo o IPCA, o preço do frango inteiro e do frango em pedaços caiu quase 1% em maio, acompanhando o movimento de queda iniciado em meados de 2017. Entre junho de 2017 e maio de 2018, o valor do frango inteiro recuou 9% e o do frango em pedaços, 9,5%. O impacto da paralisação sobre os preços na primeira quinzena de junho será divulgado no próximo dia 21.
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