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Inscritos no Morar Bem entrarão na Justiça após erro da Codhab

Um erro mexeu com os sonhos de milhares de brasilienses. Um grupo foi à sede da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab), na manhã de ontem, para protestar contra uma confusão na convocação para novos residenciais. De acordo com eles, que estão inscritos no programa Morar Bem, a companhia lhes prometeu algo e voltou atrás. O próximo passo do grupo é entrar com uma ação na Justiça.
No dia 16 de maio, aproximadamente 2,5 mil pessoas receberam um aviso da Codhab, de que tinham sido selecionadas para receber uma casa no Setor Habitacional Crixá, em São Sebastião. A área faz parte do programa Habita Brasília, vinculado ao Morar Bem. Entretanto a felicidade dessas pessoas durou pouco: no dia 22, elas receberam outro aviso que pedia para “desconsiderar a mensagem” divulgada no dia anterior. Ou seja, eles não ganhariam o que lhes foi prometido.
O site do Jornal de Brasília publicou uma reportagem sobre o assunto na última quinta-feira. De lá para cá, um grupo de representantes das pessoas prejudicadas chegou a conversar com a Codhab para tentar resolver a situação. Entretanto, nada foi feito. Agora, todos os “desconvocados” devem entrar com uma ação conjunta na Justiça na tentativa de conseguir a casa própria que lhes foi prometida.
Décadas de espera
A autônoma Adriana Martins de Araújo, 42 anos, é uma dessas pessoas. Ela afirma estar há 22 anos na lista de espera. “Nasci aqui e tenho três filhos. Estou morando com meus pais porque não tenho condição de comprar ou alugar um imóvel”, comenta. Segundo ela, quando foi chamada para o Crixá, estava em 106º lugar na lista. Agora, se encontraria na posição 3.296.
Quando recebeu a mensagem de que não receberia mais a casa no Crixá, Adriana ficou bastante abalada. “Eu já havia contado para os meus filhos e outros familiares. Foi muito triste. O meu nome chegou a aparecer em uma primeira lista de convocados no site. Depois da confusão, essa lista sumiu e colocaram outra sem o meu nome”, desabafa.
A autônoma foi colocada na lista de espera de outro setor habitacional, localizado no Itapoã. O problema, segundo Adriana, é que ela não tem condições de arcar com os custos do segundo residencial, voltado para uma faixa de renda maior.
Dinheiro e tempo foram perdidos
O residencial Crixá é voltado à Faixa 1 do Morar Bem, com renda mensal de até R$ 1,8 mil. O Itapoã, por sua vez, recebe até a Faixa 2, até R$ 3.275. “Para conseguirmos a nossa moradia lá, teríamos de arcar com custos e pagar taxas que não são compatíveis com a nossa realidade financeira”, reclama a autônoma Adriana Martins.
A auxiliar administrativa Cláudia Faleiros Lima, 29, pagou por certidões solicitadas pela Codhab no primeiro aviso. “Pediram para eu tirar nove certidões e agendar a entrega da documentação. Gastei R$ 170 e, quando cheguei em casa, recebi o outro aviso de que eu não ganharia mais”, relata.
Cláudia mora no Riacho Fundo II e paga R$ 900 de aluguel. “O meu sonho é ter uma casa própria. O que mais me deixa triste nisso tudo é que estão brincando com os sonhos das pessoas. Prometem a casa, te iludem e você não ganha nada. Eu tive que faltar o serviço e posso até ficar sem emprego só para vir até aqui protestar”, desabafa.
Dificuldades
A dona de casa Claudiana Jerônimo da Silva, 42, também sonha em sair do aluguel. Ela mora no Distrito Federal há 23 anos e nunca teve uma casa própria. “Pago R$ 750 mensais para morar em Ceilândia. Tenho quatro filhos e um deles, uma menina, tem necessidade especiais. Eu vivo só para cuidar dela e tinha ficado muito feliz com a notícia de que iria ganhar uma casa, de que poderia deixar algo para os meus filhos”, destaca.
LIMA IMOVEIS
Para ela, foi criada uma falsa esperança. “Fomos lesados. E agora, o que vão fazer conosco? Nós, cidadãos que fomos enganados, estamos juntando o máximo de pessoas para cobrar coletivamente os nossos direitos”, afirma Claudiana.
Versão oficial
A Codhab informou que estão sendo convocados candidatos para Crixá e Itapoã. “Houve uma inconsistência de dados, na qual não foi separada a indicação dos habilitados para um dos empreendimentos. Ainda nesta última terça-feira (22), a companhia reparou a divergência e avisou aos candidatos, que podem acessar seu cadastro e conferir para qual empreendimento foi indicado e qual sua classificação”, disse. “Esta primeira etapa é uma indicação para o empreendimento, os candidatos ainda vão entregar a documentação e passar por análise do agente financeiro”.
FONTE: JORNAL DE BRASILIA 
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