A Unidade Básica de Saúde (UBS) 9, na Quadra 402 de Santa Maria, está de mudança. A Secretaria de Saúde planeja levar os serviços do espaço para a UBS 1 da região administrativa, localizada a 3km da primeira. Enquanto a pasta justifica o remanejamento por causa da falta de acordo para renovação do contrato, a proprietária do imóvel alugado acusa o Governo do Distrito Federal (GDF) de dar calote de R$ 70 mil.
O que seria uma promessa de alívio nas contas se tornou dor de cabeça para a família de Maria do Carmo Araújo, 71 anos, e Martinho de Sousa, 64. Os donos da propriedade afirmam que não recebem o aluguel, de R$ 2,4 mil, há dois anos e cinco meses, totalizando R$ 69,6 mil. “Ainda há R$ 400 que ficaram para trás em 2015”, complementou Maria do Carmo. “Se atualizar o montante e acrescentar a multa, a cifra é ainda maior”, ressaltou.
família diz estar sobrevivendo com o salário mínimo que a idosa recebe do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Martinho é marceneiro, mas, segundo a esposa, não estaria conseguindo trabalho.
O contrato de aluguel do imóvel para a instalação da unidade de saúde foi assinado em 2014. À época, o casal se mudou para outra residência, no Gama. Mas, com o contínuo atraso no repasse por parte da Secretaria de Saúde, agora ocupa a casa de um dos sete filhos, na mesma região administrativa. “Estamos passando sufoco”, afirmou a idosa.
A água e a luz estão cortadas. Estou morando de favor na casa do meu filho. Vou completar 72 anos em julho. Tomo remédios para pressão alta e sofro de diabetes. Não tenho condições de pagar os medicamentos"
Maria do Carmo relata que ainda não foi chamada para revalidar o contrato. Porém, de acordo com a proprietária, em novembro de 2017, ela teria sido informada de que uma reavaliação do imóvel apontou R$ 1,2 mil como o valor correto a ser pago mensalmente. “Eu não aceito isso. O negócio não foi feito em R$ 2,4 mil? O preço foi dado por eles”, disparou.
Sem enxergar uma saída, Maria do Carmo decidiu ir atrás do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Segundo ela, o encontro ocorreu em uma visita do chefe do Executivo local à Vila Roriz, no Gama. Lá, a idosa se aproximou, entregou-lhe uma carta detalhando a situação e pediu para que ele a resolvesse. “Ele colocou no bolso e disse: ‘Vou resolver, sim'”, lembrou.
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