Os consumidores devem se preparar: os movimentos para repassar as alta dos combustíveis para os demais preços da economia estão a todo vapor. É o caso das empresas de ônibus. Diante do reajuste médio de 11% no valor do litro do diesel de janeiro a maio deste ano, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) diz que terá que promover aumentos emergenciais nas passagens.
A justificativa, segundo a associação, é de que a alta do diesel já provocou prejuízo de R$ 1 bilhão para o setor de transporte público (ônibus urbano). Preocupada com os sucessivos aumentos do diesel, 11 vezes acima da inflação do período, a NTU pediu audiência para a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda para tratar do assunto.
O discurso da NTU está pronto. A entidade diz que todas as empresas enfrentam dificuldade para comprar combustível. “Somos um setor regulado, com reajustes anuais nos contratos, e, agora, temos que arcar com os custos desses aumentos, que têm sido diários”, diz Otávio Cunha, presidente executivo da NTU.
O diesel, segundo ele, tem impacto de 23% nos custos do setor de transporte urbano. Por isso, na audiência com o governo, a NTU proporá que o setor tenha tratamento diferenciado na política de preços de reajustes de combustíveis para evitar aumento nas passagens, que considera o caminho menos indicado para solucionar o impasse.
Dados da Petrobras indicam que, nos últimos 45 dias, de 4 de abril a 18 de maio, houve aumento de 25,42% no preço do diesel nas refinarias. “Esse índice indica que os preços (das passagens) estão represados e, em breve, serão repassados ao consumidor”, afirma Cunha, prevendo aumentos nas tarifas.
Ele também questiona a política de preços para o transporte público, que, no entender dele, presta serviço de natureza essencial. “As empresas não têm como arcar com esses custos diante do cenário de crise que país enfrenta e do alto índice de endividamento do setor de ônibus urbano. Pesquisa realizada com as empresas de ônibus urbano, revela que 33% das 1.800 empresas do setor estão endividadas”, ressalta.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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