A rua da casa onde Jessica Lainara foi morta está interditada. Familiares, amigos e vizinhos aguardam a retirada do corpo. O pai da moça tentou invadir a casa, fechada para perícia e foi detido por familiares. “Onde está minha filha? Cadê a Jessica?”, gritava o homem.
Tia da vítima, Elaine Gomes, 59, define a situação como desesperadora. “Ela tinha acabado de passar no concurso do Corpo de Bombeiros. Ele era muito ciumento. Ela não tinha nada com o rapaz da academia. Ele matou porque era muito possessivo”, acusa.
Outro familiar muito próximo da moça é o fotógrafo Leonardo Silva, 35. Primo de Jessica Lainara, ele revela que a moça já havia sido agredida várias vezes pelo PM. “Ele não aceitava o fim do relacionamento. Já tinha dito para a família que mataria ela, caso ela denunciasse”, conta. Para Leonardo, foi uma morte anunciada. “Ele disse que sabia tudo o que tinha que fazer para não ficar preso. Se escondia atrás da farda”, relata.
Na manhã de hoje, outro primo de Jessica, policial militar, estava na casa e presenciou uma das discussões entre o casal. Ao ver que Ronan Rego se exaltava, escondeu a arma de trabalho dele. “Antes de ir embora, ele pediu a arma de volta e meu primo entregou. Logo depois ele voltou e fez o que fez”, detalha.
Uma amiga da família, que está hospedada na casa, não conhecia Ronan e acabou abrindo o portão. Os dois começaram a discutir e a situação chegou às vias de fato, de acordo com Leonardo Silva.
Relembre o caso
Um crime chocou moradores de Ceilândia, na tarde desta sexta-feira (4). Um soldado da Polícia Militar matou a ex-namorada com cinco tiros, por volta das 14h, na QNO 15. Jéssica Lainara Silva, de 25 anos, morreu ainda no local.
Após o crime, o militar seguiu para uma academia na EQNO 2/4, onde efetuou três disparos contra um professor. A vítima, identificada como Pedro Henrique da Silva Torres, de 29 anos, foi atingido no peito, na mão e na perna.
O professor foi socorrido e encaminhado ao Hospital Regional de Ceilândia, mas não resistiu aos ferimentos. O autor, Ronan Menezes, lotado no Grupo Tático Operacional (GTop) do 10º Batalhão de Ceilândia, está foragido.
Nas redes sociais, familiares de Jéssica expõe a indignação. “Esse desgraçado, doente, acabou de assassinar minha prima aqui no Setor O. O maldito destruiu nossa família e fugiu. Ele disse que, por causa da farda, não ficaria preso”, disse Leonardo Silva.
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