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Santana: “Sou negro, da Ceilândia, por isso Rollemberg me despreza”


O vice-governador Renato Santana (PSD) faz, na manhã desta segunda-feira (23/4), pronunciamento na Câmara dos Deputados durante sessão solene em homenagem aos 58 anos de Brasília. O segundo homem no organograma do GDF aproveita a oportunidade para expor as vísceras de seu rompimento com Rodrigo Rollemberg (PSB).
Dirá que sofre perseguição do governador. E o motivo, Santana atribui a preconceito: “Sou negro. Negro de Ceilândia. Sou servidor de carreira. Rollemberg nunca escondeu seu desprezo pelos mais humildes. Faz um discurso pseudossocialista, mas no convívio diário não esconde seu elitismo e seus preconceitos”.
Santana subirá ainda mais o tom ao dizer que Rollemberg entrou para o Senado Federal sem prestar concurso. “Pois saiba, governador, que, diferentemente de você, que é filho de ministro e entrou no Senado pela janela, sem concurso, eu estudei, fiz concurso e tenho muito orgulho da minha cor e da minha origem”.
Na semana passada, o governador exonerou 38 cargos comissionados que estavam diretamente ligados a Renato Santana. Os dois nunca se bicaram, mas nos últimos meses o distanciamento ficou sublinhado com a saída oficial do PSD do governo.
Leia a íntegra do pronunciamento de Santana:
Em 2014, fui eleito vice-governador, acreditando que Rollemberg seria o novo na política, e faríamos juntos um governo moderno e eficiente.
Infelizmente, errei nas minhas previsões.
Errei em achar, no plural, que faríamos .
Ele nunca permitiu que eu participasse das decisões. Nunca.
Errei no moderno.
Rollemberg mostrou-se a vanguarda do atraso.
Perseguiu servidores. Descumpriu promessas. Abandonou compromissos. Afastou os aliados.
Errei no eficiente.
Não conseguiu terminar a adutora de Corumbá. Aumentou as tarifas de ônibus e Metrô, na calada da noite. Fui contra! Não fez nem um metro a mais de Metrô nem investiu no sistema viário. Fez um caos na saúde. Fechou delegacias e postos policiais. Destruiu, por ser incapaz de construir. Não fez sequer a manutenção obrigatória dos viadutos. Não cuidou da cidade, que responde ao descaso com a maior rejeição da história.
A princípio, tentei ajudar. Fui rechaçado.
Depois, fiz críticas construtivas. Fui ignorado.
E quando lealmente discordei, fui perseguido.
Para honrar meu mandato, fui para as ruas. Enquanto os asseclas acadêmicos do governador, que não conhecem as cidades satélites, ficavam encastelados no ar-condicionado de seus gabinetes.
Mesmo sem apoio, rodei 800 mil quilômetros em três anos e meio, ouvi a população e resolvi problemas.
Agora, que nossos rumos serão diferentes em 2018, o governador autoritário e despótico demite os servidores do meu gabinete, pessoas honradas e trabalhadoras. Devo lembrar que não fui nomeado, mas eleito pelo povo do Distrito Federal.
Para me prejudicar, ele prejudica pais de família e desrespeita a população que nos elegeu.
E por que tanta perseguição?
Chegou a hora de dizer.
PRECONCEITO.
Sou negro. Negro da Ceilândia. Sou servidor de carreira.
Rollemberg nunca escondeu seu desprezo pelos mais humildes. Faz um discurso pseudossocialista, mas no convívio diário não esconde seu elitismo e seus preconceitos.
Pois saiba, governador, que, diferentemente de você, que é filho de ministro e entrou no Senado pela janela, sem concurso, eu estudei, fiz concurso e tenho muito orgulho da minha cor e de minha origem.
Renato Santana
Servidor de Carreira
FONTE: METROPOLES
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