À espera de atendimento, Sinthia Almeida conta que chegou às 17 horas na unidade, e não tinha perspectiva para ser atendida. Ela se mostrou revoltada com a situação. “Hoje é muito dificil conseguir atendimento na UPA de Samambaia.
Ela conta que todos estavam sendo encaminhados para a triagem, uma espécie de pré-consulta que serve para avaliar os casos que chegam à UPA, mas que os atendimentos de fato seguiam em ritmo lento. Por volta das 22 horas, Sinthia relatou que as pessoas que chegaram por volta das 14 horas ao local começaram a ser atendidas. Assim, seu atendimento seria postergado provavelmente para a madrugada de sexta (27). “Eu que cheguei às 17 horas não tenho previsão de ser atendida. É muito triste, criança com 40º de febre, adulto chorando de dor e não sendo atendido”, relatou, sobre a espera no local.
Enquanto Shinthia estava disposta a esperar pelo atendimento, alguns não puderam ter a mesma paciência. A monitora escolar Camila Rodrigues procurou o posto por volta do meio dia, pois estava com febre e sangramento nasal. Ela também passou pela triagem, mas precisou desistir do atendimento porque tinha compromisso no outro dia pela manhã. “Eu vim embora pois amanhã tenho que trabalhar cedo. A mulher da triagem falou que eu estava bem, aí vim embora, mas não consigo ficar muito tempo acordada por causa da febre”, disse.
Segundo ela, além da espera, o atendimento dos profissionais da UPA também deixa a desejar. “Como meu nariz está sangrando a todo momento, fui pegar papel no banheiro e não tinha. Fui perguntar se tinha papel e me responderam: quem sabe do serviço sou eu e agora eu estou ocupada”, reclamou.
Para a monitora, falta compromisso da equipe que trabalha no local com as pessoas que procuram atendimento. Ela relata ter visto médicos e enfermeiros, que deveriam estar em seus postos, brincando e trocando mensagens de celular. “Vendo pela porta dos consultórios, um dos médicos estava no celular, dando risadas e mandando mensagens”.
O descaso com outros pacientes também revoltou Camila. “Pelo relato de uma senhora, o marido dela entrou como emergência, eles passam para dentro e deixam sentado lá dentro por horas e horas sem explicação alguma”.
Quando o descontentamento da população começou a se tornar mais forte, Sinthia conta que alguns integrantes da equipe de trabalho da UPA se mostraram irritados e deixaram de agilizar os atendimentos. “Veio fazer uma chamada para acelerar, proibiu a gente de filmar, ficou brabo, falou que não ia mais fazer nada. Não adiantou nada. Tem muito idoso, criança, tem gente aqui desde às 9 horas”.


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