Samambaia pode ser prejudicada e não receber partidas do Candangão 2018
Faltando apenas dois dias para o início do Campeonato Candango de 2018, o futebol de Brasília continua enfrentando problemas relacionados aos estádios que irão abrigar os jogos do torneio. O estádio Rorizão é a dor de cabeça da vez. A demora na liberação dos laudos de segurança da arena fez com que o Samambaia manifestasse junto à Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) o desejo de transferir os jogos com seu mando de campo para a cidade de Urucúia (MG), situada a 300 km de Brasília. Boa parte dos palcos do Candangão, incluindo o Mané Garrincha, sede de Brasília na Copa do Mundo de 2014, só conseguiram os documentos na última semana. A situação do Augustinho Lima, em Sobradinho, só foi resolvida na tarde desta quarta-feira (17/01).
Em comunicado assinado pelo presidente Neimar Frota e destinado a Daniel Vasconcelos, mandatário da FFDF, o clube justifica o pedido salientando a dificuldade enfrentada pelo governo para regularizar a situação do Rorizão, que estava indicado como casa do Samambaia. O dirigente do Cobra Cipó também cita o "desrespeito do Executivo de Brasília com a população da cidade" como um dos motivos para solicitar a mudança. "Nós temos um governador que não se preocupa com o futebol local. Estou mudando meu jogo para Urucuia (MG) até que resolvam isso. Não vou ser mais um presidente de clube que fica calado com esses problemas", indignou-se Frota.
A FFDF confirmou ao Correio que o estádio da cidade ainda não tem todos os laudos para que seja regularizado. Segundo o diretor de futebol Márcio Coutinho, os problemas estão relacionados a divisão das torcidas e demais procedimentos de segurança do local. "O Rorizão realmente não conseguiu os laudos, mas ainda há tempo, já que o mando de campo deles é na segunda rodada", pondera Coutinho, lembrando que o primeiro jogo do Samambaia como mandante ocorrerá em 28 de janeiro, quando o clube recebe o Brasiliense.
De acordo com o regulamento específico do Candangão, os locais de mando de campo podem sofrer modificação a pedido da FFDF ou por solicitação do clube mandante, desde que este seja realizado em até 120 horas — ou cinco dias — antes da partida em questão. Portanto, o Samambaia teria até a próxima terça-feira (23/1) para definir o local do jogo contra o Brasiliense.
Além do pedido de alteração enviado à federação, o presidente do Cobra Cipó diz já ter comunicado o Jacaré sobre a decisão. "Conversei com o Brasiliense e eles toparam sair de Brasília. Eu não irei jogar no Rorizão. Inclusive, já formalizei ao Rutilio Cavalcanti Filho (prefeito de Urucuia) a intenção de estar na cidade", informou Frota. Até o momento do fechamento desta matéria, a Prefeitura de Urucuia (MG) não havia confirmado o recebimento do documento.
Entretanto, a FFDF ainda mantém esperança de modificar o panorâma. "O presidente do clube está sendo precipitado. É possível aguardar um pouco para ver se o GDF cumpre e libera o estádio", declarou Coutinho, que também responsabilizou o governo pelo problema gerado dias antes de iniciar o campeonato e afirmou que os membros do Executivo colocam o futebol abaixo de outros temas.
"Nós sempre pedimos para o governo tomar conta dos estádios. É uma pena. Temos um campeonato muito bom, com grandes jogadores, alguns conhecidos mundialmente. e quando vai começar temos esses problemas. A solução é conversar. Tem como o governo resolver", indica o dirigente.
Frota também lamentou a falta de comprometimento do Executivo e disse que não pretende negociar a permanência do jogo em Brasília com a FFDF. "Se a Federação colocar algum empecilho, que ela disponibilize ônibus para levar minha torcida a outro estádio na cidade", disse, destacando que também considera o governo como principal culpado pela situação. "Ele está brincando com todos os órgãos e eu serei o primeiro a bater o pé e não jogar aqui", salienta.
Distância pode ser empecilho
Pego de surpresa com o pedido de mudança de mando de campo feito pelo Samambaia, Márcio Coutinho afirmou que se reunirá com o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Daniel Vasconcelos, e com o departamento jurídico da entidade para avaliar a viabilidade do pedido feito pelo Samambaia. "Eu não sei se juridicamente isso é possível", precaveu-se o diretor de futebol da FFDF.
Um possível motivo para o empecilho seria a distância entre a cidade mineira e a capital federal: 300 km. Historicamente, a FFDF aceita que clubes de outros estados participem do Candangão desde que estejam a cerca de 200km de Brasília. Porém, no regulamento geral da competição, não existe nenhuma disposição que determine uma distância mínima para que um clube mande uma partida. Vale ressaltar que o Campeonato Candango de 2018 terá a participação de três clubes de fora do Distrito Federal: Paracatu-MG, Formosa-GO e Luziânia-GO, que estão, respectivamente, a cerca de 234 km, 81 km e 60 km de Brasília.
A cidade onde o Samambaia deseja mandar seus jogos no Candangão também é a sede da pré-temporada do clube, que está desde 1º de dezembro nas dependências do complexo esportivo da cidade mineira. O retorno está programado para a próxima sexta-feira (19/1). "A cidade tem tudo que precisamos. Um centro de treinamento com cinco campos e academia. Tudo dentro da Vila Olímpica", alegou Frota.
A estreia do clube está programada para sábado (20/1) contra o Paracatu no Estádio Frei Norberto. Até o momento, o site da FFDF mantém o jogo contra o Brasiliense, e todos os outros com mando de campo do Cobra Cipó, para o Estádio Rorizão, em Samambaia.
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