Assisti, recentemente, o espetáculo teatral Dona Dinha, escrito, montado e lançado em Samambaia/DF, pela Cia Teatral Roupa de Ensaio, no espaço Imaginário Cultural, com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura – FAC/DF. No elenco: Marília e Maria Clara, mãe e filha na vida real; Chico Nogueira, música ao vivo; Chico Simões, direção; Paulo Russo, texto; Miguel Mariano, cenografia; Miltinho Alves, iluminação; etc.
Moro em Samambaia desde 1989, onde sou pioneiro e conselheiro de cultura. Conheço, pessoal e artisticamente, cada componente desse elenco. Sou bairrista, parcial e naturalmente suspeito, para escrever este texto. Temia que Dona Dinha fosse um espetáculo piegas, de fácil apelo emocional. Seria muita ‘melosidade’ num só artigo! Mas não: Dona Dinha é introspecta, profunda, cômica, empática, poética…
O espetáculo mergulha na cultura do Brasil Central, ‘com suas memórias, histórias, sabores, saberes e sotaques’. Duas mulheres de circo se ‘adotam’, para enfrentar as agruras da vida. É a soma de duas carências, mas sem perder a hierarquia, de quem manda e quem obedece. Marília e Maria Clara dão show de interpretação, facilitada pelo convívio na vida real. Chico Nogueira arremata, com sua viola lírica.
Texto e encenação se inspiram no folclore, fé, mitos e lendas regionais. Lembram obras de Guimarães Rosa, Cora Coralina, Ariano Suassuna, Gabriel Garcia Marques… Cenário, adereços, figurinos, maquiagem e coreografia tem influência estética da arte dos mamulengos e das quadrilhas juninas, que são tantas, em Samambaia, no Distrito Federal e Entorno. Dona Dinha deve circular bastante, por esta e outras regiões.
Mais informações: (61) 3013.1610 (Imaginário Cultural) e 99214.1991 (Marília Abreu)
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