Um futuro de incertezas é o que aguarda o brasiliense quando se trata da crise hídrica. A rotina do racionamento, a qual os moradores do Distrito Federal tiveram de se adaptar desde janeiro deste ano, deve ser mantida pelo menos até o primeiro semestre de 2018. Essa é a conclusão da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa), divulgada ontem (7), com base nas previsões para o reservatório do Descoberto – que abastece 60% do DF – até abril.
O diretor presidente da Adasa, Paulo Salles, explicou que com base nas captações da Caesb, foram feitas simulações para que se chegasse à meta para maio de 2018. Ele destacou que, como se tratam de previsões climáticas, nada é dado como certo. “Se tem uma coisa que é cheia de incerteza é o clima”, frisou.
Sendo assim, a agência chegou a três cenários. O mais realista é de que o nível do Descoberto chegue aos 50% em abril. Neste, as chuvas teriam de repetir a intensidade registrada de 2016 para 2017. Esse cenário prevê a continuidade do racionamento de 24 horas uma vez por semana. No pior dos casos, o Descoberto pode chegar aos 34%.
Na melhor das três hipóteses analisadas, o nível chegaria a 71% em abril. Mas o racionamento não seria descartado nem na previsão mais otimista. Já a meta para janeiro, é de 15%. As previsões para dezembro são de que o mês feche com variação entre 12% e 18%.
Mesmo com uma quantidade relativamente boa de chuva, o diretor explica que as metas não contam diretamente com ela. “A chuva deu alívio e alento, mas ainda não está fazendo muita diferença a ponto de encher os reservatórios”. Foi o quarto ano com precipitações abaixo da média histórica.
Segundo o diretor, existe um plano emergencial, mas não vão deixar chegar ao ponto de acabar a água. “A curva de acompanhamento descreve o que se espera para evitar o segundo dia de racionamento”, diz. Para isso acontecer, ele espera que a população continue colaborando. “Estamos com 10% e isso é grave. A hora de poupar é agora”, alerta.
Em outubro cogitou-se a ideia de fazer dois dias de racionamento. Um plano foi apresentado pela Caesb e autorizado pela Adasa. Mas Salles aponta que, segundo as previsões, esta medida não será tomada tão cedo. “Depende de quanto de água teremos no reservatório. Descartado não está, mas será evitado na medida do possível”. Ele considera que as medidas mais duras penalizariam mais do que necessário a população.


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